Minerador solo desafia todas as probabilidades e fatura fortuna com equipamento caseiro

• Um minerador solo de Bitcoin minerou com sucesso o bloco 887.212 de Bitcoin usando uma máquina Bitaxe
• O minerador utilizou um Bitaxe, um dispositivo compacto com capacidade de mineração de 480 gigahashes por segundo (GH/s)
• Desenvolvedor do pool solo.ckpool destacou que um equipamento desse porte levaria em média 3.500 anos para encontrar um bloco

Um minerador solo de Bitcoin surpreendeu a comunidade cripto ao conseguir validar um bloco inteiro da blockchain utilizando um equipamento pequeno e acessível. O feito ocorreu em 10 de março, quando o minerador solucionou o bloco 887.212, recebendo uma recompensa de aproximadamente US$ 263.000.

Esse evento é considerado extremamente raro, pois as chances de um minerador solo com um dispositivo básico encontrar um bloco são menores que 1 em 1 milhão. Normalmente, grandes pools de mineração, com poder computacional extremamente elevado, dominam esse processo.

Equipamento pequeno, grande recompensa

O minerador utilizou um Bitaxe, um dispositivo compacto com capacidade de mineração de 480 gigahashes por segundo (GH/s). Em comparação, grandes fazendas de mineração operam com máquinas que ultrapassam 230.000 GH/s, tornando a conquista ainda mais surpreendente.

Con Kolivas, desenvolvedor do pool solo.ckpool, onde o minerador obteve sucesso, destacou que um equipamento desse porte levaria em média 3.500 anos para encontrar um bloco. No entanto, o minerador conseguiu a façanha e recebeu 3,15 BTC, somando a recompensa base de 3,125 BTC e mais 0,025 BTC em taxas de transação.

A Bitaxe Gamma 601, versão mais potente do dispositivo usado, custa cerca de US$ 158 e tem um lucro anual estimado em apenas US$ 3, considerando os custos de eletricidade. Isso reforça a improbabilidade de um minerador solo alcançar tal feito.

Mineração solo e a luta pela descentralização

O sucesso desse minerador solo destaca oportunidades para a descentralização da mineração de Bitcoin, um tema amplamente debatido na comunidade cripto. Atualmente, a maior parte do poder computacional pertence a grandes pools como Foundry USA, Cipher Mining, Bitfarms e Hut 8, que dominam o setor.

Além disso, gigantes como MARA Holdings possuem seus próprios pools exclusivos, limitando a participação de mineradores individuais. Para combater essa concentração de poder, alguns entusiastas criam projetos de mineração open-source, permitindo maior transparência e acessibilidade ao público.

O feito desse minerador solo reacendeu o debate sobre a inclusão de pequenos participantes na mineração de Bitcoin. Ainda que a maioria dos mineradores independentes tenha poucas chances de sucesso, eventos como esse demonstram que a rede ainda permite oportunidades inesperadas e recompensadoras.