A CoinShares divulgou, no dia 13 deste mês, um relatório de tendências na área cripto. Em parceria com as principais empresas do ramo, a pesquisa identificou as principais tendências de mercado em um extenso relatório.
Segundo a CoinShares, “este relatório descreve o macroambiente, tendências e empresas que estão impulsionando o mercado”.
Reunimos as maiores tendências do mercado cripto deste ano com base no relatório. E são elas:
01. Macro tendências estão moldando o cenário para o Bitcoin
O relatório, desenvolvido por Meltem Demirors e Marty Stenson, inicia apontando quatro macro tendências que moldaram nosso ambiente atual, forças tecnológicas, econômicas, políticas e sociais.
O documento relaciona o aumento da desigualdade social, ao indicar que a fortuna dos três indivíduos mais ricos dos EUA juntas é maior do que a riqueza acumulada de mais de 50% dos americanos juntos, e o aumento da automação da força de trabalho ao aumento das tensões políticas, e às reações sociais negativas contra o capitalismo e as grandes empresas de tecnologia. Essas forças, de acordo com o relatório, estão criando espaço
para Bitcoin se desenvolver e amadurecer.
02. Do frenesi à maturidade
A pesquisa também revelou que a busca por termos como “Bitcoin” e “Blockchain” vêm caindo nos últimos anos. Segundo uma pesquisa da Gartner, a maioria dos aplicativos de blockchain estão a pelo menos cinco anos de serem realmente significativos. Além disso, o número de conferências e de investimentos diminuiu em todo o mundo, porém o
crescimento da indústria continua, indicando que saímos de um estado de frenesi especulativo para um estágio de sinergia.
03. Do consumidor de varejo para o institucional
Os players do mercado cripto mudaram ao longo dos últimos 5 anos, passaram de exchanges e carteiras com soluções de auto custódia para mercados de crédito que procuram lançar serviços que atraiam cada vez mais os investidores institucionais. Como exemplo, temos a Bakkt que esse ano lançou seu serviço de futuros de Bitcoin.
04. A descentralização não existe mais
O relatório sugere que o apelo da descentralização não condiz mais com a realidade.
Enquanto houve um pico de mais de 100 aplicações descentralizadas sendo lançadas por mês em 2018, esse ano o número foi muito mais modesto, coincidindo com um número de usuários as usando bem abaixo do ano passado.
Além disso, com as empresas buscando desenvolver serviços para clientes institucionais, mais Bitcoins estão sendo custodiados por empresas reguladas que estão sujeitas à supervisão do Estado. Segundo o relatório, “nada é descentralizado”.
05. As maiores ICOs não atenderam as expectativas
As 10 maiores ICOs de 2018 levantaram 8,3 bilhões de dólares, mas mais da metade não lançaram suas moedas ou nem se quer existem mais. O boom das ICOs em 2018 prometia mudar como a arrecadação de capital acontecia, prometendo ótimos retornos para investidores, mas isso não durou muito. Em 2019, a queda nos números de novos projetos e valores arrecadados mostram a decadência dessas ofertas.
06. O crescimento expressivo das stablecoins
A maior tendência do mercado, as stablecoins são atreladas a um ativo físico, como o dólar, o ouro ou a uma commodities. Elas permitem aos usuários rápida liquidação das negociações no mesmo meio que o ativo atrelado à ela é negociado. Apesar do mercado de stablecoin ter mais do que dobrado de valor, a Tether (USDT) ainda mantém 80% de participação no mercado.
07. Criptomoedas de países
Outra tendência apontada pelo relatório é a entrada de países no jogo. Moedas como o Petro da Venezuela, e o SOV das Ilhas Marshall mostram que diversos países estão com os olhos voltados para essa tecnologia. Outros países que estão preparando terreno para o lançamento de suas moedas digitais são a China, Japão e Estados Unidos.
08. Empresas de tecnologia entrando no mercado financeiro
Esse ano vimos a migração das empresas de tecnologia para o mercado financeiro. Grandes nomes da tecnologia como Uber, Apple e até Facebook, estão adentraram o mercado, munidas de toneladas de dados de usuários elas buscam se tornar as novas redes de pagamento. O relatório indica que a nova era de pagamentos digitais será liderada por essas empresas, visto que elas têm mais alcance e infraestrutura do que os bancos convencionais.
09. Derivados de criptografia fazem o mercado especulativo crescer
Os derivados de criptomoedas movimentam 3 bilhões de dólares por dia nas 13 maiores exchanges. Se observarmos o mercado do ouro, notamos um mercado 30 vezes maior após a introdução dos contratos futuros liquidados em dinheiro físico, isso pode representar um bom sinal para o Bitcoin. No entanto, para isso acontecer o relatório sugere que o mercado deverá ser mais robusto, e que melhores práticas de gerenciamento de risco sejam desenvolvidas pela indústria.
10. Maior adoção, menor interesse
Apesar da diminuição no interesse já abordado em outro tópico, a adoção da tecnologia está crescendo. Ao analisar dados como taxa de hash e o número de contas, a adoção está aumentando.
Hoje, há mais poder computacional empregado na rede do que nunca, além
disso as transações aumentaram mais de 150%, somando mais de 2 bilhões de dólares negociados diariamente.