Reserva soberana de Bitcoin divide opiniões na Câmara dos Deputados

Reserva soberana de Bitcoin divide opiniões na Câmara dos Deputados
  • Câmara debate reserva soberana de Bitcoin com opiniões divididas
  • Setor privado defende inovação, governo pede cautela
  • Proposta seguirá em novas sessões sem consenso definido

A Câmara dos Deputados viveu nesta quarta-feira (20) um debate intenso sobre a criação de uma reserva estratégica soberana em Bitcoin. A audiência, promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, reuniu autoridades e representantes do setor privado, que expuseram visões distintas sobre os benefícios e riscos da proposta.

O encontro contou com a participação do Tesouro Nacional, Banco Central, Febraban, Méliuz, MDIC e ABCripto, cada um trazendo análises específicas sobre o impacto da medida. Enquanto setores privados defenderam inovação e diversificação, órgãos oficiais mostraram cautela diante da volatilidade da criptomoeda.

Apoio do setor privado para inovação

Na audiência, o representante da Méliuz, Diego Kolling, destacou que o Bitcoin oferece escassez programada e regras transparentes de emissão, características que poderiam fortalecer a credibilidade da moeda digital em uma eventual reserva soberana. Para ele, o tema precisa avançar com soluções práticas e alinhamento entre governo e setor privado.

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Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), representado por Pedro Henrique Giocondo Guerra, defendeu que o ativo pode ser considerado sob a ótica de commodity digital, capaz de trazer ganhos na diversificação das reservas internacionais. Ele ressaltou, porém, a necessidade de uma implementação gradual e sempre coordenada com outras políticas públicas.

A ABCripto, por sua vez, representada por Julia Rosim, reforçou a importância de garantir segurança jurídica ao mercado e de manter o diálogo entre Congresso, órgãos reguladores e empresas do setor. Para a associação, o avanço regulatório já existente no Brasil oferece uma base sólida para qualquer decisão futura.

Tesouro e Banco Central pedem cautela

Na direção oposta, o Tesouro Nacional, representado por Daniel Leal, alertou que adotar Bitcoin em reservas pode ampliar vigilância e reduzir autonomia estatal. Ele pediu ajustes no texto em discussão para preservar a independência do Estado.

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O Banco Central, representado por Luis Guilherme Siciliano, também mostrou reservas. Ele destacou que o Bitcoin possui diferenças estruturais frente a outros ativos digitais, defendendo análise pragmática considerando volatilidade e impactos monetários e cambiais.

A Febraban, representada por Rubens Sardenberg, alertou para riscos da volatilidade, mas reconheceu relevância do debate se houver avaliação técnica consistente.

No fim, a audiência mostrou que não existe consenso sobre a reserva soberana de Bitcoin. Enquanto o setor privado insiste na oportunidade de diversificação, os representantes do Estado pedem prudência. Além disso, o debate seguirá em novas sessões da comissão, indicando que a proposta ainda enfrentará longo caminho até uma definição.

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Entusiasta de criptomoedas e tecnologia, comecei minha jornada com consoles no Nintendo 64. Sempre explorando novos gadgets e tecnologias inovadoras. Nos momentos livres, meu maior hobby é jogar futebol.
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