- Cardano prepara o Protocolo v11, um hard fork discreto que corrige falhas críticas sem mudar de era.
- Charles Hoskinson propõe unificar cinco entidades no modelo “Pentad” para recuperar o ritmo de crescimento.
- Rede busca eficiência, novos padrões criptográficos e um plano de estímulo para dApps estratégicos.
Cardano passa por uma reformulação profunda. A rede prepara um hard fork silencioso para corrigir fragilidades no ledger e, ao mesmo tempo, Charles Hoskinson propõe unificar as principais entidades do ecossistema.
Além disso, o movimento busca fortalecer a coordenação estratégica e destravar o crescimento em um mercado competitivo.
Um hard fork discreto para reforçar a rede
O Protocolo v11 marca um momento decisivo. O upgrade não cria uma nova era e impõe pouco impacto para usuários e exchanges. Entretanto, a mudança é fundamental para melhorar a previsibilidade e reduzir riscos estruturais.
Em novembro de 2024, uma transação de delegação malformada dividiu temporariamente a cadeia. O incidente não gerou perdas. Porém, expôs falhas que precisavam ser corrigidas rapidamente. Por isso, os desenvolvedores decidiram reforçar regras internas e endurecer validações.
O Protocolo v11 aplica exigências mais rígidas para hashes de VRF e entradas de scripts Plutus V1/V2. Além disso, inclui otimizações que reduzem gargalos e aumentam a confiabilidade. Hoskinson resumiu o objetivo ao afirmar que “a rede precisa de ritmo, consistência e cooperação. Sem isso, não avançamos”.
Melhorias de desempenho
A atualização libera novas ferramentas para desenvolvedores. Entre elas, estão primitivas nativas para arrays, operações matemáticas avançadas e suporte mais eficiente a multi-asset values. A integração do BLS12-381, essencial para provas de conhecimento zero, também amplia o escopo de aplicações possíveis.
Essas melhorias podem acelerar scripts, reduzir custos e beneficiar DEXs e protocolos de lending. Segundo a equipe do Plutus, as mudanças podem gerar ganhos de dois dígitos na velocidade de desserialização. Portanto, a atualização tende a melhorar a experiência de uso no médio prazo.
A Pentad: o modelo proposto para reorganizar o ecossistema
Hoskinson propõe unificar cinco entidades — Cardano Foundation, Emurgo, IOG, Midnight Foundation e Intersect — dentro de um comitê executivo chamado Pentad. Assim, ele busca criar uma liderança mais coesa e eficiente.
Historicamente, cada grupo operou com agendas próprias. Entretanto, essa fragmentação teria limitado negociações e atrasado entregas. Hoskinson defende que uma estrutura integrada aumentaria a capacidade de fechar acordos e executar projetos complexos.
Fase 1 e Fase 2
A primeira fase exige colaboração para entregar elementos essenciais: stablecoins robustas, pontes entre cadeias e oráculos oficiais. A avaliação será binária: entregou ou não.
Se a etapa inicial funcionar, começa a fase de crescimento. O foco estará na expansão do DeFi, na atração de liquidez e no impulsionamento de até 15 dApps estratégicos, que receberão suporte técnico e financeiro.
Impactos e perspectivas
Cardano enfrenta métricas modestas. O TVL está abaixo de US$ 700 milhões e os endereços ativos giram em torno de 20 mil. Além disso, o preço de ADA segue preso ao humor macroeconômico, sem reagir ao avanço técnico.
Mesmo assim, Hoskinson acredita que estabilidade e coordenação podem gerar crescimento sustentável. Projetos como Midnight e RealFi seguem como apostas estratégicas.
Um reset que pode redefinir o futuro da Cardano
O “reset silencioso” combina aperfeiçoamentos técnicos e nova governança.
Se o Pentad entregar resultados concretos e o Protocolo v11 restaurar confiança, Cardano pode recuperar tração e disputar espaço com as maiores plataformas do setor.
