- Mercado de stablecoins chegou a US$ 310 bilhões, alta anual de 70%.
- USDT e USDC concentram cerca de 80% da atividade global.
- Uso cresce em pagamentos internacionais, DeFi e operações institucionais.
O mercado global de stablecoins alcançou US$ 310 bilhões em 12 de dezembro de 2025, marcando um ponto de inflexão para a adoção dos criptoativos.
O crescimento de 70% em apenas um ano indica avanço no uso prático, não apenas especulativo.
Crescimento acelerado mostra maturidade do setor
Stablecoins surgiram para resolver um dos principais entraves do mercado cripto: a volatilidade. Diferente do Bitcoin e do Ether, esses ativos buscam paridade com moedas fiduciárias, principalmente o dólar.
Por isso, tornaram-se o principal elo entre o sistema financeiro tradicional e a economia digital. Atualmente, o USDT soma US$ 172 bilhões em valor de mercado, enquanto o USDC alcança US$ 145 bilhões. Juntas, essas stablecoins concentram quase 80% da atividade global.
Esse domínio revela uma tendência clara, usuários e instituições priorizam liquidez, confiança e efeito de rede, mais do que inovação tecnológica isolada.
Além disso, stablecoins já funcionam como o “caixa” do mercado cripto. Em grandes exchanges, elas representam cerca de 80% do volume negociado, servindo como referência de valor e liquidação.
Pagamentos globais impulsionam a adoção
O impacto mais visível aparece nos pagamentos internacionais. Transferências tradicionais podem levar até cinco dias úteis e custar entre 2% e 3% do valor enviado.
Com stablecoins, a liquidação ocorre em minutos, com custos próximos de 0,1%. Algumas empresas relatam redução de até 95% nas taxas, além de maior previsibilidade.
Em economias inflacionárias, como Argentina e Venezuela, stablecoins também atuam como reserva de valor digital, ampliando a inclusão financeira em regiões com acesso bancário limitado.
Segundo a FIS, quase 75% dos consumidores testariam stablecoins se oferecidas por seus bancos, enquanto apenas 3,6% confiam em provedores não regulados.
Instituições e DeFi sustentam o crescimento
O uso institucional deixou de ser experimental. De acordo com o relatório “Stablecoins in Banking 2025”, da Fireblocks, 49% das instituições já utilizam stablecoins, enquanto 41% estão em fase de testes ou planejamento.
Além disso, um estudo da Ernst & Young mostra que 62% das empresas usam stablecoins para pagar fornecedores, e 53% as aceitam como forma de pagamento. Segundo a EY, esses ativos reduzem custos, riscos cambiais e aumentam a eficiência do capital.
No DeFi, stablecoins são a base estrutural. Em 2025, mais da metade do valor total travado nesses protocolos está concentrada nesses ativos, com volumes anualizados que já atingem trilhões de dólares.
Conclusão
O avanço para US$ 310 bilhões confirma que stablecoins se tornaram parte funcional da economia digital. Elas operam nos bastidores, mas sustentam pagamentos globais, DeFi e fluxos institucionais.
Assim, a inovação mais relevante do setor pode não ser um novo blockchain, mas o crescimento silencioso dos dólares digitais, mais rápidos e eficientes que as infraestruturas tradicionais.
