- Relançamento beta da Polymarket reacende disputa entre plataformas americanas.
- Mercado de previsões cresce após novas regras e maior interesse público.
- Polymarket testa operações reais para garantir retorno completo aos EUA.
A Polymarket retomou seus passos nos Estados Unidos e, desta vez, escolheu um caminho mais cauteloso. A empresa iniciou testes em tempo real de sua plataforma com um grupo reduzido de usuários, que já conseguem realizar transações reais enquanto a companhia finaliza os preparativos para um relançamento mais amplo. A iniciativa marca uma virada importante para um setor que cresce rapidamente e busca mais legitimidade dentro do mercado de apostas e previsões.
Shayne Coplan, fundador da plataforma, confirmou o avanço durante uma conferência em Miami. Ele explicou que a operação americana já funciona em fase beta e que apenas contas selecionadas participam do processo. Cada teste ocorre com supervisão direta, porque a equipe ainda ajusta os últimos detalhes antes de abrir o acesso a um público maior.
A Bloomberg divulgou no mês passado que a Polymarket planejava iniciar esse lançamento ainda em novembro. A decisão acontece após um período de reestruturação significativo. Em 2022, a empresa pagou US$ 1,4 milhão para resolver acusações apresentadas pela CFTC e mudou suas atividades para fora dos Estados Unidos. A nova fase representa, portanto, uma tentativa clara de retorno ao maior mercado regulado do setor.
O movimento ocorre num momento em que o mercado de previsões ganha força. Desde as eleições presidenciais do ano passado, mais usuários demonstram interesse em apostar em eventos do mundo real. Plataformas americanas avançam rapidamente para atender essa demanda. A Kalshi atua há anos no país, e a FanDuel anunciou que lançará um produto de previsão em dezembro. Esse cenário pressiona a Polymarket a acelerar sua estratégia.
Polymarket volta para os EUA
Coplan afirmou que sua equipe alcançou um ritmo incomum. Para ele, esse é “o lançamento mais rápido que alguém já conseguiu no mercado”. Embora o processo exija diversas etapas regulatórias, a empresa acredita que superou a parte mais difícil. Esse impulso também vem do avanço regulatório que envolveu a aquisição da QCEX, empresa aprovada pela CFTC para operar uma bolsa de derivativos e uma câmara de compensação.
A compra fortalece a tentativa da Polymarket de atuar com segurança jurídica. De acordo com Coplan, a plataforma funciona mais como um mercado do que como um cassino. Ele critica o modelo tradicional das apostas esportivas, porque os usuários sempre apostam contra a casa, que define preços e pode até banir quem lucra. Com o modelo de bolsa, os próprios usuários definem os valores e negociam entre si, criando um ambiente mais dinâmico e transparente.
O interesse institucional também aumenta. A empresa discute uma nova rodada de captação avaliada entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões depois de anunciar um possível investimento de até US$ 2 bilhões da Intercontinental Exchange. Um retorno bem-sucedido ao mercado americano pode consolidar essa avaliação e impulsionar o ecossistema.
Ao mesmo tempo, cresce a expectativa sobre o possível lançamento do token $POLY, mencionado por Coplan no mês passado. Ele sugeriu que o ativo pode alcançar posições de destaque entre as maiores criptomoedas por valor de mercado. O interesse coincide com a expansão dos mercados ligados a eleições, esportes e eventos macroeconômicos.
Assim, a visibilidade também deve aumentar. O Google Finance confirmou que exibirá dados em tempo real da Polymarket e da Kalshi para usuários do Labs. A integração permitirá que as pessoas consultem previsões diretamente na ferramenta, o que pode normalizar esses mercados para um público mais amplo.
