- Estátua de Satoshi Nakamoto some de parque em Lugano
- Satoshigallery oferece 0.1 BTC por informações
- Obra destacava anonimato e espírito do Bitcoin
A cidade suíça de Lugano acordou neste domingo com uma notícia inesperada: a estátua de Satoshi Nakamoto foi roubada do Parco Ciani durante a madrugada. O monumento homenageava o criador do Bitcoin e simbolizava os valores de descentralização e anonimato da tecnologia blockchain. A peça foi removida por ladrões ainda não identificados, que agiram sem deixar vestígios visíveis.
O grupo Satoshigallery, responsável pelo projeto internacional de instalação da estátua em 21 cidades ao redor do mundo, confirmou o roubo em sua conta na rede X. Em um comunicado, os organizadores declararam: “Você pode roubar nosso símbolo, mas nunca será capaz de roubar nossas almas.” A frase reforça o compromisso do grupo com a missão de espalhar o legado de Satoshi Nakamoto pelo mundo, mesmo diante do contratempo.
A artista italiana e entusiasta do Bitcoin Valentina Picozzi projetou a estátua. Ela usou aço inoxidável 304 e blocos de aço corten para criar uma figura sem rosto sentada diante de um laptop. De forma engenhosa, o monumento desaparece visualmente quando observado de frente ou de trás, reforçando o anonimato por trás da criação do Bitcoin. Picozzi desenvolveu o conceito durante 18 meses e construiu a escultura em três meses.
A inauguração da obra aconteceu em outubro do ano passado, durante o Plan B Forum, evento anual de blockchain realizado em parceria entre a cidade de Lugano e a empresa de stablecoins Tether. O local escolhido para a estátua foi a frente da histórica Villa Ciani, um dos pontos centrais do parque urbano. Na ocasião, o prefeito Michele Foletti destacou que o monumento representava o espírito inovador da cidade, que vem se posicionando como um polo global de inovação digital.
Estátua de Satoshi Nakamoto ganha recompensa
Assim, como resposta imediata ao roubo, a Satoshigallery anunciou uma recompensa de 0,1 Bitcoin, o equivalente a cerca de US$ 11 mil, para quem fornecer informações que levem à recuperação da escultura. A medida tem o objetivo de mobilizar a comunidade local e internacional na tentativa de identificar os responsáveis pelo crime e recuperar a peça.
Embora o furto represente um golpe simbólico, os organizadores afirmaram que não irão interromper o projeto global. Ao contrário, o incidente fortaleceu ainda mais o propósito de espalhar estátuas de Satoshi em outras cidades. O grupo acredita que a mensagem por trás do monumento é mais forte do que o objeto em si.
Essa não é a primeira homenagem pública ao criador do Bitcoin. Em 2021, artistas em Budapeste, na Hungria, instalaram uma estátua semelhante. Eles criaram a peça com um rosto espelhado, permitindo que cada observador visse a si mesmo refletido e, com isso, absorvesse a ideia de que “todos somos Satoshi”.
Mistério sobre Nakamoto continua intrigando o mundo
Além disso, o furto também reacende a atenção sobre a figura de Satoshi Nakamoto, cuja identidade permanece desconhecida desde o lançamento da criptomoeda em 2009. Estimativas indicam que ele controla cerca de 1,096 milhão de Bitcoins, avaliados em mais de US$ 131 bilhões com o preço atual da moeda. Com isso, Satoshi figura atualmente entre as pessoas mais ricas do mundo — na 11ª posição.
Ainda assim, os fundos atribuídos a Nakamoto nunca foram movidos, o que só aumenta o mistério em torno do criador do Bitcoin. Para ultrapassar Elon Musk, o atual homem mais rico do mundo com mais de US$ 400 bilhões, o valor do Bitcoin precisaria mais do que triplicar.