- JPMorgan alerta: rejeição da Strategy ameaça cripto no S&P
- Exclusão da Strategy reforça barreiras institucionais ao Bitcoin
- Relatório prevê impacto negativo nos benchmarks e liquidez cripto
O mercado financeiro internacional abriu a semana em clima de tensão depois da análise do JPMorgan sobre a decisão do S&P 500. Segundo os analistas, a rejeição da Strategy (antiga MicroStrategy) pelo índice representa mais do que um revés corporativo: é um recado claro de resistência à entrada de empresas com forte exposição ao Bitcoin.
Essa posição acendeu a preocupação de investidores, já que a Strategy se tornou referência para fundos institucionais e para quem busca contato indireto com criptomoedas. A decisão do comitê indica que o espaço para ativos digitais nos grandes benchmarks pode ter chegado ao limite.
Rejeição levanta dúvidas sobre a Strategy e outros players
O relatório, assinado pelo estrategista Nikolaos Panigirtzoglou, chamou a exclusão de “golpe nos títulos do tesouro de criptomoedas“. Mesmo cumprindo os requisitos técnicos, o comitê do índice resolveu colocar a Robinhood no lugar, em 5 de setembro.
Essa movimentação não afeta só a Strategy, serve de alerta para empresas que transformaram caixa em apostas diretas no Bitcoin. O JPMorgan destacou que, se outros índices seguirem o mesmo caminho, os efeitos podem se espalhar rapidamente. Hoje a Strategy detém cerca de 638.460 BTC, consolidando-se como a maior tesouraria corporativa do mundo cripto.
Os analistas lembram ainda que a presença da empresa em índices como Nasdaq 100 e MSCI ajudou a ampliar a aceitação institucional do Bitcoin. Agora, a exclusão do S&P 500 pode reduzir essa porta de entrada.
Impacto potencial sobre o mercado de criptomoedas
O risco de um efeito dominó preocupa analistas e investidores. Se mais benchmarks repensarem a inclusão de companhias cripto, a liquidez e a exposição institucional podem cair. Isso colocaria pressão adicional sobre ativos digitais já sensíveis a decisões regulatórias e macroeconômicas.
De acordo com o BitcoinTreasuries.net, empresas de capital aberto detêm hoje 1.006.592 BTC, o equivalente a 4,8% da oferta. Desse total, a Strategy lidera com larga vantagem, seguida por mineradoras como MARA e RIOT, além de nomes como Tesla e Coinbase.
Os fundos e ETFs, por sua vez, concentram a maior fatia, com cerca de 1,63 milhão de BTC sob gestão. Porém, esse cenário reforça como movimentos de índices globais e decisões institucionais podem impactar diretamente o ecossistema cripto.
Enquanto o mercado observa os próximos passos do S&P e de outros provedores, fica claro, a relação entre Wall Street e Bitcoin ainda enfrenta barreiras significativas. O alerta do JPMorgan mostra que, mesmo com recordes de adoção, a aceitação plena continua distante.