- Vanguard libera ETFs cripto e pressiona reguladores europeus
- Nova liderança reforça abertura ao Bitcoin e blockchain
- Mercado reage à expansão global dos fundos digitais
A Europa volta a tensionar o mercado ao intensificar ações regulatórias, enquanto um movimento inesperado nos Estados Unidos muda o cenário global. A Vanguard liberou ETFs cripto, encerrando anos de resistência interna. Agora, investidores observam como essa decisão pode influenciar o debate europeu sobre controle e acesso aos ativos digitais.
A empresa abriu sua plataforma de corretagem para ETFs e fundos mútuos focados em Bitcoin, Ethereum, XRP e Solana, após longa análise interna. A mudança rompe uma postura rígida que manteve produtos digitais fora das prateleiras da gestora por anos.
Vanguard muda a estratégia e amplia o acesso global
A partir desta terça-feira, a Vanguard permitirá que seus mais de 50 milhões de clientes negociem fundos com exposição direta às principais criptomoedas. A decisão coloca esses ativos no mesmo nível de produtos alternativos já aceitos, como o ouro.
A medida chega em um momento no qual o interesse dos investidores segue alto, mesmo após a forte retração do mercado. Esse movimento também pressiona reguladores europeus, que intensificam esforços para impor controles mais rígidos no continente.
Os 11 ETFs de Bitcoin à vista, lançados no início de 2024, já atraíram fluxos massivos e somaram cerca de US$ 25 bilhões no primeiro mês. Hoje, juntos, acumulam aproximadamente US$ 125 bilhões, segundo dados mais recentes.
A recusa da Vanguard em oferecer esses produtos deixou a empresa de fora dessa corrida. Porém, a virada muda o tabuleiro, especialmente porque o iShares Bitcoin Trust, da BlackRock, domina o setor. Além disso, o fundo detém cerca de US$ 70 bilhões, abaixo do pico de quase US$ 99,5 bilhões.
Mudança na liderança indica uma nova visão
A nova orientação da Vanguard coincide com a chegada de Salim Ramji, ex-líder da divisão iShares da BlackRock. Ele assumiu o comando da gestora em julho de 2024 e trouxe uma visão mais aberta ao Bitcoin e à tecnologia blockchain.
A Bloomberg destacou que essa foi a primeira contratação externa para o cargo máximo na história da empresa. Analistas ficaram surpresos com o movimento, já que o antecessor, Tim Buckley, era um crítico público das criptomoedas.
Ramji supervisionou processos cruciais no registro do iShares Bitcoin Trust (IBIT) e sempre defendeu maior integração entre produtos tradicionais e ativos digitais. Agora, ele traz essa abordagem para a Vanguard, que administra cerca de US$ 11 trilhões globalmente.
Ainda mais, esse reposicionamento contrasta com a trajetória europeia, onde reguladores ampliam pressões e discutem novas barreiras. A decisão da Vanguard reforça o papel estratégico dos Estados Unidos na formação do mercado cripto global, enquanto a Europa segue tentando conter sua expansão.
