O Gabinete do Controlador da Moeda (OCC) dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira, que os bancos do país agora podem atuar como custodiantes de criptoativos. Assim, instituições como JPMorgan, Bank of America e Goldman Sachs poderão manter a custódia de chaves privadas de carteiras de criptomoedas.
Segundo uma carta publicada recentemente pelo OCC, “um banco nacional pode fornecer esses serviços de custódia de criptomoedas em nome dos clientes”. Além disso, essas instituições poderão manter “chaves criptográficas exclusivas associadas à criptomoeda”, desde que eles gerenciem os riscos.
Apesar do recente anúncio, isso não apresenta um risco significativo às instituições custodiantes especialistas em criptomoedas, como Gemini e Coinbase, por exemplo. De fato, essas empresas são altamente especializadas que investiram em tecnologia de ponta para prestar um serviço de nicho. Além disso, elas já foram extensivamente examinadas pelos reguladores.
Contudo, as principais custodiantes reagiram de forma diferente ao recente anúncio. A Gemini afirmou que o anúncio do OCC “valida” a abordagem da empresa à regulamentação. Enquanto isso, o CEO da Anchorage, Nathan McCauley, comentou que o anúncio evidencia “uma falta de clareza regulatória. Para o CEO, isso pode representar um grande obstáculo para mais atividades institucionais em cripto”.
Já Alex Mascioli, diretor de serviços institucionais da Bequant, uma corretora de ativos digitais, recebeu o anúncio com ceticismo. Para o diretor, apesar de “eventualmente” os grandes bancos possam vir a oferecer serviços de custódia, “isso não muda nada no curto prazo”. Entretanto, Mascioli acredita que com bancos entrando no mercado, isso possa ser “um catalisador para investidores mais sofisticados analisarem mais seriamente o espaço [cripto]”.