A Monday Capital junto com a Dappradar publicaram um artigo científico onde mostraram que a maioria dos projetos de Finanças Descentralizadas (DeFis) são altamente centralizados.
O Trabalho intitulado “Governança Descentralizada em DeFi: Exemplos e Armadilhas”, aponta o modelo de distribuição dos tokens dos protocolos como o principal motivo da centralização de governança.
O artigo traz um estudo das questões de governança política no ecossistema DeFi na rede Ethereum.
Segundo o Trabalho os projetos DeFis em sua maioria partem de uma estrutura de governança centralizada, “onde a tomada de decisão sobre atualizações e alterações é feita por uma equipe ou um indivíduo”.
Os protocolos até visam avançar gradualmente para a descentralização da governança ao distribuírem tokens aos usuários do protocolo.
Entretanto, estes tokens distribuídos comumente retornam à própria governança do protocolo, não sendo um modelo eficaz de distribuição que gera descentralização.
Isto porque os incentivos econômicos que proveem liquidez para que usuários sejam recompensados com tokens de governança estimulam o comportamento competitivo e especulativo praticado por estes.
Isso leva a uma estrutura de governança centralizada, uma vez que os tokens lentamente se concentram em poucas mãos.
O trabalho analisa vários protocolos DeFis, como o IDEX, MakerDAO, Curve, Compound, e Uniswap.
Outro ponto abordado foram os fóruns de discussão aos quais a comunidade participa e discute propostas dentro dos protocolos, e realizam votações.
Citando o exemplo do MakerDAO, segundo a Publicação trata-se de um Fórum que está aberto para membros da comunidade e também para aqueles que não são titulares de MKR.
No entanto, o processo de votação no Maker pode ser controlado por grandes detentores de tokens.
Isso inclui 20 endereços, que respondem por 24% do volume total de MKR.
Entanto, o trabalho discute que em contrapartida a comparação com outros projetos quanto à distribuição de tokens, a do Maker é mais justa.
Quanto ao Compound o Trabalho apontou que apenas 2,3% dos endereços podem delegar e participar do gerenciamento de projetos.
Caso sejam os excluídos os endereços de troca que também podem realizar esta função, este número ser´menor ainda.
Problemas semelhantes foram identificados nos protocolos Uniswap e Curve.
No Curve, por exemplo, um único endereço controla controla aproximadamente 3/4 dos votos.
Os motivos para haver esta centralização é porque, conforme pontuado pelo Trabalho, muitos usuários não consideram seus tokens como uma ferramenta de votação.
Outro fator é que os usuários usam seus tokens para participar de agricultura de rendimento, e muitas vezes não os utilizam nas votações.
Também porque estes sistemas funcionam embasado nos princípios da plutocracia, em que a riqueza determina o poder.
Como é muito difícil identificar participantes em protocolos descentralizado, a plutocracia se torna o único método de governança.
Por fim, o investimento inicial também desempenha um papel importante na centralização da governança.
Os primeiros investidores muitas vezes concentram uma grande quantidade de tokens consigo, oq ue leva outros usuários a perderem o interesse em votar.
O grupo de pesquisadores que publicou o artigo prometeu trazer um novo estudo apresentando modelos alternativos de governança para auxiliar na otimização de projetos e descentralização de protocolos.