Pelo jeito, de nada tem adiantado os esforços do Facebook em desvincular a sua stablecoin do nome Libra para que as entidades regulamentadoras flexibilizem o lançamento do projeto.
Devido a conspícua e tóxica associação dos reguladores em relação ao Libra e o Facebook, a Associação Libra não apenas trocou o nome de sua moeda, mas também o nome do projeto inteiro.
No início de dezembro de 2020 a Associação Libra e seu protocolo de stablecoin passaram a se chamar DIEM.
Agora, os sistema regulamentares europeus, políticos e demais corporações governamentais aparentam estar muito preocupados com o lançamento da criptomoeda estável da Associação DIEM.
De acordo com com estas Entidades os planos do Facebook (e não da Associação DIEM) em lançar a sua stablecoin abrirá um precedente para demais empresas lançarem as suas próprias moedas digitais e assim fazerem papel de Banco Central.
Assim o Parlamento europeu está considerando a hipótese de atribuir mais responsabilidades regulatórias sobre criptoativos ao Banco Central Europeu (BCE).
Stefan Berger, pertencente ao Partido Popular Europeu chegou a dizer que a Europa “Não deves permitir que Zuckerberg se torne o Banco Central.”
Mark Zuckerberg, citado no comentário de Berger, é o CEO do Facebook.
Entretanto, a Associação DIEM é formada por mais de 30 empresas associadas, e sequer Mark Zuckerberg é membro em qualquer instância do protocolo.
Os parlamentares da comunidade europeia já vêm solicitando mais regulamentação quanto à emissão de ativos digitais por empresas privadas.
No ano passado foi proposta a MiCA, uma Lei dos Mercados Europeus de Criptoativos para dar mais segurança jurídica aos criptoativos.
Assim como também, esta Lei estabelece normativas e regras igualitárias aos prestadores de serviços e emissores de moedas digitais em nível europeu.
Um dos projetos de Berger pode aumentar a dificuldade em a União Europeia aceitar novos protocolos de criptoativos.
O projeto instrui o Banco Central Europeu a ter poder de veto sobre o lançamento de stablecoins na área do dinheiro FIAT Euro, além de um maior poder de supervisão em manter os pagamentos seguros.
Em uma de suas falas, Berger deixou claro o desejo do BCE em estar “preparado para enfrentar o poder dos stablecoins globais, em particular o Diem do Facebook, que visa perturbar o mercado de pagamentos tradicional por meio de taxas baixas, liquidações escalonáveis e rápidas.”
De acordo com Berger, “o Facebook tem mais de 2 bilhões de usuários, e se uma empresa lança sua própria moeda, ela pode ganhar poder do Banco Central da noite para o dia.”
A preocupação de Berger é que a moeda não deve ser “propriedade de uma empresa privada. Afinal, não devemos permitir que Zuckerberg se torne um Banco Central.”