A BlockFi, uma empresa de empréstimos em criptomoedas agora extinta, continuou a manter quantias substanciais dos fundos de seus clientes na FTX, mesmo sabendo da questionável balança financeira da exchange muito antes de sua queda, afirmam os credores da FTX.
Em um processo judicial de maio, o Comitê de Credores Não Garantidos da BlockFi disse que a empresa sabia da superexposição do fundo de hedge da FTX, a Alameda Research, ao FTT desde agosto de 2021.
Apesar disso, o CEO da BlockFi, Zac Prince, insistiu em continuar fazendo negócios com a mesa de negociação, concedendo-lhe vários empréstimos de bilhões de dólares, em grande parte garantidos pelo token.
“Prince descartou as preocupações, instando a equipe de risco a aprender a ‘se sentir confortável [com a Alameda] sendo um tomador de empréstimos do tamanho da Three Arrows, apenas com FTT e outros tipos de garantia em vez de ações da GBTC. É a maior e mais clara oportunidade de crescimento que temos'”, afirmaram os credores.
O Colapso da BlockFi e da FTX
A falência da BlockFi ocorreu poucos dias depois, e a FTX e a Alameda Research entraram em insolvência em novembro de 2022. No início daquele mês, uma versão vazada do balanço da Alameda emergiu mostrando uma grande parte de seus ativos incluindo US$ 5 bilhões em FTT.
Segundo o CoinGecko, a capitalização de mercado relatada do FTT na época era de apenas US$ 3,5 bilhões, sinalizando que o estoque de FTT da Alameda não era realisticamente negociável.
Os credores da FTX alegaram que as discussões da BlockFi sobre os riscos relacionados ao empréstimo da Alameda se tornaram menos sérias após janeiro de 2022. A equipe de gestão de risco parou de escrever memorandos de crédito sobre o assunto, enquanto Prince apenas “ocasionalmente reconhecia a significativa exposição da empresa à Alameda/FTX”.
O comitê exigiu que os ativos dos credores fossem imediatamente liquidados pela BlockFi, em vez de continuar a pagar taxas legais caras. Este episódio serve como um lembrete importante das complexidades e riscos inerentes ao setor de criptomoedas.