Hackers associados à Coreia do Norte estabeleceram um novo recorde de roubos de criptomoedas em 2024, atingindo um total de US$ 1,34 bilhão em 47 ataques, de acordo com dados da Chainalysis. Esse valor representa um aumento de 102,88% em relação a 2023, quando houve US$ 660,5 milhões em 20 incidentes.
Os ataques norte-coreanos utilizam métodos avançados, como malwares, engenharia social e roubo de ativos digitais. Os objetivos, com os ataques, é financiar projetos estatais, incluindo programas de armas de destruição em massa e mísseis balísticos, burlando sanções internacionais.
Mudança no padrão dos ataques de hackers da Coreia do Norte
A frequência dos ataques promovidos pela Coreia do Norte aumentou em 2024, mesmo com uma redução no número total de incidentes globais. Em particular, os hackers concentraram-se em roubos de maior valor, envolvendo montantes entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões, ou acima de US$ 100 milhões.
Isso marca uma evolução em eficiência, em contraste com anos anteriores, quando os ataques geralmente geravam valores inferiores a US$ 50 milhões por incidente.
O relatório também destaca a infiltração de trabalhadores norte-coreanos em empresas de criptomoedas e Web3. Conforme o levantamento, eles usam identidades falsas, intermediários de contratação e a crescente adoção de trabalho remoto para acessar redes sensíveis.
Um caso emblemático envolveu a indústria de TI dos EUA. Neste caso, o Departamento de Justiça indiciou 14 norte-coreanos por roubo de informações proprietárias e extorsão, gerando US$ 88 milhões em ganhos ilícitos.
Impacto global e novos desafios
Os hackers norte-coreanos representaram 61% do total de fundos roubados globalmente em 2024, que somaram US$ 2,2 bilhões. Eles também foram responsáveis por 20% de todos os incidentes de hacking no ano. Embora a atividade tenha atingido o pico no primeiro semestre, com US$ 1,58 bilhão roubados até julho, houve uma queda significativa de 53,73% nos valores roubados após essa data.
Essa desaceleração pode estar ligada a mudanças estratégicas da Coreia do Norte, que busca fortalecer alianças com a Rússia e redirecionar recursos para o conflito na Ucrânia. Ainda assim, especialistas alertam que ataques de fim de ano podem alterar o panorama.
A crescente ameaça cibernética impulsiona a demanda por soluções de proteção em blockchain e estratégias robustas de segurança digital.