O Bitcoin (BTC) se mantém instável no mercado após uma sequência de quedas que se prolongaram por quatro dias consecutivos. Na quarta-feira, a criptomoeda recuperou parte de seu valor e voltou a oscilar na faixa dos US$ 102.800, após testar um suporte importante na média móvel exponencial de 50 dias, localizada em US$ 98.223.
Entretanto, a trajetória do Bitcoin segue incerta, com investidores atentos ao próximo movimento da criptomoeda.
O analista Manish Chhetri observa que o BTC enfrenta um momento crítico e pode seguir dois caminhos opostos nos próximos dias. “Se o Bitcoin romper abaixo dos US$ 100.000 e fechar abaixo da média móvel de 50 dias, poderemos ver uma queda prolongada, com a criptomoeda testando US$ 90.000, seu próximo suporte-chave”, alerta Chhetri.
O analista destaca que a volatilidade do mercado pode ser ampliada devido à decisão do Federal Reserve (Fed) sobre as taxas de juros e o tom adotado pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) em seu pronunciamento.
No entanto, caso o BTC consiga manter sua recuperação, há espaço para uma alta significativa. “Se o Bitcoin continuar a subir, ele pode testar novamente sua máxima histórica registrada em 20 de janeiro, em US$ 109.588”, projeta o analista. Para que isso aconteça, a criptomoeda precisa manter-se acima dos US$ 102.000 e recuperar força de compra suficiente para romper os US$ 105.000 com consistência.

Bitcoin: indicadores técnicos apontam incertezas
Os indicadores técnicos refletem o momento de indecisão do Bitcoin. O Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário subiu para 55, superando o nível neutro de 50 na terça-feira, o que sugere um leve fortalecimento do momentum de compra. No entanto, o indicador MACD (Moving Average Convergence Divergence) apresentou um cruzamento baixista na terça-feira, gerando um sinal de venda e indicando uma possível tendência de queda.
“O MACD está sugerindo que o mercado pode estar entrando em um período de realização de lucros e correção, o que reforça a necessidade de cautela por parte dos investidores”, avalia Chhetri. “A formação técnica ainda não está clara o suficiente para indicar uma recuperação forte ou uma queda mais acentuada, mas o rompimento de níveis críticos será determinante para a próxima tendência.”
O mercado de criptomoedas continua sendo fortemente influenciado por eventos macroeconômicos e pela correlação crescente com as ações de tecnologia dos Estados Unidos. O colapso recente da Nvidia, que perdeu 17% de sua valorização devido ao impacto da empresa chinesa DeepSeek, afetou o sentimento geral de risco entre investidores, incluindo aqueles expostos ao Bitcoin. O Nasdaq caiu 3%, enquanto o BTC sofreu uma correção de 2,6%.
“A queda da Nvidia mostrou como o mercado está mais interligado do que nunca. O Bitcoin, sendo um ativo de risco, sofreu reflexos diretos desse movimento de aversão ao risco”, explica Chhetri. Além disso, a incerteza sobre o posicionamento do Fed também adiciona pressão ao mercado. “Se o Fed adotar um tom mais conservador e reforçar sua postura hawkish, o dólar pode se fortalecer, o que tende a prejudicar ativos como o Bitcoin”, analisa.