- EUA criam reserva de Bitcoin e mudam estratégia digital.
- Transferência de US$ 8 milhões marca nova fase cripto.
- Bitcoin vira ativo estratégico no governo Trump.
O governo dos Estados Unidos movimentou nesta semana mais de US$ 8 milhões em Bitcoin para uma nova carteira digital, em uma operação que levantou suspeitas e curiosidade. A transação ocorreu logo após a ordem executiva do presidente Donald Trump, que criou oficialmente a Reserva Estratégica de Bitcoin.
De acordo com a empresa de análise Arkham Intelligence, os ativos digitais vieram de um processo de confisco. As autoridades americanas apreenderam os Bitcoins da conta Binance de Wanpadet Sae-Heng, cidadão tailandês envolvido em um esquema de fraude conhecido como “pig butchering”. O golpe envolvia investimentos falsos para enganar vítimas ao redor do mundo.
A movimentação separou os ativos em duas carteiras distintas. Uma delas recebeu apenas US$ 10 em BTC, enquanto a outra concentrou o restante dos fundos. Ainda não está claro se a divisão tem propósito técnico ou estratégico, mas especialistas acreditam que pode marcar o início formal da Reserva de Bitcoin dos EUA.
Atualmente, os EUA detêm 198.012 BTC, o equivalente a cerca de US$ 17 bilhões pelos preços de mercado. O governo já realizou grandes vendas de Bitcoin no passado, mas agora a estratégia parece mudar. O presidente assinou a nova ordem executiva em 6 de março, proibiu a venda de Bitcoins confiscados e determinou que o governo os mantenha como reserva de longo prazo.

Será que a Reserva de Bitcoin foi criada?
Bo Hines, conselheiro de cripto de Trump, criticou administrações anteriores por venderem cerca de 200 mil BTC por menos de US$ 1 bilhão, um valor que hoje ultrapassaria US$ 17 bilhões. Já David Sacks, responsável pela política de IA e cripto, afirmou que o país “perdeu uma oportunidade histórica de consolidar sua liderança financeira digital”.
Com a nova política, a Reserva Estratégica de Bitcoin será separada do estoque geral de ativos digitais do governo. O Departamento do Tesouro ficará responsável por definir estratégias de gestão, podendo até adquirir novos Bitcoins — desde que sem custo adicional ao contribuinte.
A ordem também determina uma auditoria completa de todos os ativos digitais federais em 30 dias, com foco em consolidar o controle e evitar perdas futuras. Enquanto isso, a movimentação recente indica que os Estados Unidos começam a tratar o Bitcoin não só como ativo confiscado, mas como patrimônio estratégico.
Esse passo histórico pode marcar uma mudança profunda na relação entre governos e criptomoedas, reposicionando o Bitcoin como parte relevante da política econômica dos Estados Unidos.