- Volkswagen integrará dados da Solana em sua frota de táxis autônomos.
- Blockchain da Hivemapper oferece mapas atualizados por motoristas com câmeras.
- ID.Buzz robotáxi usará mapas em tempo real para manobras precisas.
A Volkswagen ADMT, divisão da montadora dedicada à direção autônoma, deu um passo ousado ao anunciar que usará dados baseados na blockchain Solana para seus táxis robóticos. A parceria com a Bee Maps, serviço de inteligência espacial da Hivemapper, visa fornecer informações de rua em tempo real. Estas serão usadas para os veículos autônomos da marca.
De acordo uma reportagem de Gino Matos, Ariel Seidman, CEO da Hivemapper, disse que a colaboração “transforma o mapeamento de algo estático em algo vivo”. Isso é essencial para uma frota de robôs que precisa de dados que evoluem com as ruas. A ideia é simples, mas poderosa: aproveitar a descentralização da Web3 para tornar mapas mais precisos e atualizados. Este método é melhor do que qualquer sistema tradicional.
O sistema Bee Maps funciona de maneira inovadora. Motoristas instalam câmeras específicas chamadas “Bee” em seus carros. Essas câmeras registram imagens das ruas, que são depois convertidas por modelos de inteligência artificial. Assim, geram informações úteis como faixas de rolamento, placas, obras temporárias e obstáculos.
Quem contribui com dados recebe criptomoedas HONEY como recompensa, fortalecendo a rede Hivemapper. A rede usa a blockchain Solana para registrar cada trecho validado. A empresa afirma que sua rede já cobre uma parcela expressiva das vias globais. Este sistema é atualizado mais frequentemente do que qualquer outro modelo baseado em frotas tradicionais.
Volkswagen e Solana
Esses dados não ficam parados. A Bee Maps os vende por meio de APIs que abastecem motores de roteamento e localização. Empresas de logística e, agora, desenvolvedores de robotáxis utilizam essas APIs. No caso da Volkswagen, essas APIs irão integrar o sistema de percepção da ID.Buzz autônoma. Com isso, os veículos executam tarefas como paradas alinhadas ao meio-fio e entregas no último metro. Tudo isso sem a necessidade de enviar carros manuais para inspeções.
Atualmente, a Volkswagen ADMT opera cerca de 30 minivans elétricas ID.Buzz autônomas nas ruas de Hamburgo. Além disso, a empresa planeja expandir para milhares de unidades em Los Angeles, em parceria com a Uber. O objetivo é oferecer serviço totalmente sem motoristas até o final de 2026.
Assim, cada veículo conta com 13 câmeras e 9 sensores lidar, que geram aproximadamente cinco gigabytes de dados por segundo. Mesmo com toda essa capacidade, os veículos ainda dependem de mapas externos para se localizar com precisão em condições adversas. Isso inclui situações de chuva intensa, reflexos ou obras.
A integração com a Bee Maps permite que os veículos recebam atualizações instantâneas das condições das ruas, eliminando a necessidade de longos ciclos de mapeamento manual e acelerando o desenvolvimento de novos recursos.
Solana avança como infraestrutura física descentralizada
Desse modo, esse movimento reforça o avanço dos chamados DePINs — redes descentralizadas de infraestrutura física, que começam a fornecer dados estratégicos para setores industriais tradicionais. Além da Volkswagen, a Lyft já testa o uso da Hivemapper para melhorar zonas de embarque e desembarque em seus serviços.
De acordo com a Volkswagen, usar dados crowdsourced reduz o tempo entre testes de rua e melhorias no software, o que é essencial à medida que a montadora escala sua frota de robotáxis na Europa e América do Norte. Como os dados trafegam fora do veículo, nenhuma aprovação regulatória adicional é necessária.
Além disso, com essa iniciativa, a montadora alemã se posiciona na vanguarda da mobilidade inteligente. Une carros autônomos, blockchain e inteligência artificial — um sinal claro de que o futuro da mobilidade será colaborativo, descentralizado e em tempo real.