Não existe uma única semana sem notícias do tipo “regulador suíço teme aumento de lavagem de dinheiro com blockchain“, veiculada hoje pelo portal CoinTelegraph.
Vamos falar sobre isso: A blockchain é um grande livro contábil distribuído. Improvável de ser fraudado ou alterado. Uma transação que aconteceu em 2013 na rede, por exemplo, vai ficar registrada pra sempre. Nenhum agente tem a permissão de altera-lo ou até mesmo apaga-lo.
E todos estes dados estão públicos! Qualquer pessoa pode olhar bloco por bloco. Transação por transação. Tudo está aberto e perfeitamente auditável.
Veja, se hipoteticamente, o leitor quiser cometer um crime, ou até mesmo esconder alguma coisa de governos ou pessoas, qual prática adotaria? Tentaria deixar o menor número de registros e provas possível, ou tornaria tudo público? A resposta me parece óbvia.
Então porque um “lavador de dinheiro” utilizaria a blockchain para tornar todo esse registro público? Porque correr o risco de ser rastreado ou até mesmo delatado? Faz algum sentido para o leitor?
Eu não quero aqui vender a ideia de que a blockchain ou o bitcoin são o maior remédio contra criminosos ou sonegadores. A resposta para essas questões não pode ser binária: Sim ou Não! Pode ou Não Pode.
Mas me soa estranho que reguladores não tenham entendido a forma transparente com que os dados são publicados na blockchain.
Eis que no dia de ontem (10/12/2019) duas notícias veiculadas por grandes portais do Brasil e do mundo me chamaram atenção. Na primeira, a frança multa Morgan Stanley em 20 milhões de euros por manipulação de dívida pública. Na segunda, o banco HSBC é multado por ajudar a clientes a esconder dinheiro na Suíça.
Olha só que ironia! O regulador Suíço teme pelo aumento de crimes registrados em blockchain, enquanto bancos são multados por lavar dinheiro na própria Suíça.
Aliás, falando em bancos e lavagem de dinheiro, dias atrás publicamos sobre irregularidades cometidas pelo sistema financeiro tradicional, utilizando Ouro. E utilizaram ouro justamente para tentar manter o anonimato das irregularidades.
Ainda neste ano 200 mil transações foram verificadas por parceira da MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e foram constatadas apenas 2% das transações de cunho ilícito.
Tenho certeza que no futuro, matérias como esta do ouro, serão atribuídas também com bitcoin e blockchain. Como disse anteriormente, a blockchain não é a solução infalível e sempre terá a inovação na mente humana, mesmo que seja para o fim criminal.
Hoje é possível olhar a blockchain como forma de inclusão. E porque não, como combate à fraudes e irregularidades? Pesquisa realizada pela Juniper Research recentemente, aponta que a fraude alimentar pode diminuir em 31 bilhões de dólares em 5 anos.
As possibilidades com blockchain são tantas, que a procura por profissionais especializados em blockchain só cresce: A demanda global por engenheiros de blockchain cresceu mais de 500% em um ano!
Entre pessimismos e otimismos, não há como negar que esta tecnologia veio para ficar. É a velha história de olhar o copo como ‘meio chei’o ou ‘meio vazio’. É uma questão de ponto de vista.
Mas o leitor quer saber minha opinião sobre o assunto? Acredito que os benefícios trazidos para a humanidade com a descentralização e transparência da informação, junto a segurança de uma rede robusta contra negligencias governamentais é infinitamente superior aos caminhos que possam ser usados por criminosos, que existem há séculos e vão continuar existindo.