Em duas publicações prévias sobre tecnologia computacional quântica, o Portal Bitnotícias se embasou em longos estudos apresentados pelo Delloite para tecer os adventos e supostas problemáticas ao qual os computadores quânticos poderiam trazer para o futuro dos criptoativos.
Uma das maiores preocupações gira em torno da quebra da criptografia computacional, e consequentemente o ataque ao sistema dos criptoativos, principalmente do Bitcoin.
Se o mundo já imagina o problema, e está vivenciando o seu desenvolvimento, certamente também já pensa em como contorná-lo.
Então como proteger todo o meio criptográfico dos supostos malefícios que a computação quântica poderia trazer?
Desta vez buscamos respostas junto à Forbes Crypto, e esta foi categoricamente negativa em afirmar que um dia a criptografia será abalada pelo sistema quântico.
A resposta simples: não.
Forbes
De acordo com a publicação “Veja porque a computação quântica não quebrará as criptomoedas”, para um computador quântico fazer isto ele terá que possuir uma “tecnologia e desempenho maior ou melhor em alguma tarefa trivial e minuciosa que pode parecer impressionante, mas completamente inútil”.
Neste âmbito, o Órgão americano NIST (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia) está estudando e formalizando propostas para o sistema de criptografia pós-quântica.
Tal criptografia funcionaria plenamente, e não seria quebrada mesmo com computadores quânticos muito potentes.
O NIST estima que computadores quânticos potentes o suficiente para quebrarem a criptografia clássica estarão disponíveis num período de aproximadas 2 décadas.
Pois bem, assim a tecnologia criptográfica aparentemente tem tempo para desenvolver medidas pós-quânticas como alternativa de solução para os problemas.
Não apenas as criptomoedas ou Bitcoin estão nesta empreitada, uma vez que existe mais uma enxurrada de bases de dados e processos fundamentados em criptografia.
Desta forma, o mundo buscará soluções para este problema que é totalmente previsível.
Mas importante refletir que as criptomoedas, por possuírem valor ecenômico, possa ser um dos primeiros meios a serem atacados pelos invasores quânticos.
Conforme discutimos na postagem anterior, no caso específico das criptomoedas a mudança de uma chave não segura para uma chave segura seria umas das alternativas a curto e médio prazo.
Assim também foi discutido pela Royal Society Open Science, em Artigo publicado sobre este assunto.
Supostamente um softfork poderia resolver estes problemas de chaves públicas sustentadas em endereços vulneráveis, ao invés de cada usuário fazer essa transição por conta própria.
Assim foi discutido por John Light em uma postagem no medium.com intitulada: “As diferenças entre um garfo rígido, um garfo macio, e uma divisão de corrente, e o que eles significam para o futuro do Bitcoin”.
Nela, Light afirma, por exemplo, que o algoritmo SHA-256 (do Bitcoin, Bitcoin Cash e Bitcoin SV) seria teoricamente resiliente ao computador quântico.
Dentro da criptografia moderna o seu sistema está sendo fundamentado em curva matemática elíptica, em sobreposição à curva RSA, mais vulnerável dentro da computação convencional.
Isto fez com que a probabilidade de quebra de uma chave criptográfica tenha diminuído exponencialmente.
O Bitcoin, por exemplo, é um dos casos em que a curva elíptica é utilizada, o que lhe confere atualmente um sistema vastamente mais seguro.
Mas isto é para agora, ou para as próximas décadas, uma vez que a computação quântica deverá evoluir de uma forma a qual ambos estes dois sistemas de curva se tornarão obsoletos.
No entanto, mesmo com um computador quântico potente o suficiente voltaríamos à necessidade específica da chave pública ser revelada para que o ataque pudesse ocorrer.
E conforme discutiu a Forbes, “com a reutilização de carteira de criptomoeda sendo desaprovada e um incentivo geral de boas práticas de privacidade, a probabilidade desse ataque já está sendo reduzida”.
Mas existe uma outra frente que poderia ser atacada; o algoritmo de Grover.
Este possui a capacidade de “acelerar exponencialmente a mineração com um computador quântico grande o suficiente”.
Mas mesmo assim ainda estima-se que os computadores de mineração tradicionais, conhecidos como ASICSs, ainda sejam mais capazes e especializados que as versões mais completas dos computadores quânticos existentes.
Assim, realmente esta problemática quântica estaria fadada ao maior desenvolvimento desta tecnologia, o que dever acontecer décadas à frente.
A mineração sendo afetada pela aceleração quântica faria com que os projetos menores de criptomoedas se tornassem mais vulneráveis a ataques de 51%, por exemplo.
Assim como também, esta problemática deverá ser reanalisada nos protocolos de prova de esforço (PoS), e não de prova de trabalho (PoW).
De acordo com a Forbes, “é concebível que essas vias de ataque e talvez outras mais imprevisíveis possam surgir, mas o planejamento da criptografia pós-quântica já está em andamento.”
Desta forma, “através do mecanismo de bifurcações (ou fork), as criptomoedas podem ser atualizadas para usar padrões de criptografia pós-quântica e se defender contra essas fraquezas.”
Assim sendo, é importante destacarmos o que temos atualmente, e que não é vulnerável e passível à tecnologia quântica, em relação do que teremos para o futuro, que este sim pode ser perigoso.
Outro ponto é que assim como estes sistemas se desevolverão, haverá um “antídoto” para aquelas funcionalidades que visarem o mal uso dela.
Portanto, no momento o Bitcoin de cada usuário não está em risco no que diz respeito à computação quântica.
Quando esta tecnologia tiver uma supremacia os desenvolvedores ou governanças dos protocolos já deverão estar preparados.
Eassim, terão alternativas implantadas para combater o suposto mal que a tecnologia computacional quântica possa oferecer quando for utilizada para feitos obscuros.