Muitos são os incrédulos do Bitcoin, tanto que já o mataram centenas de vezes.
Por outro lado, os entusiastas do Bitcoin parecem às vezes exagerar, e colocam o preço do principal criptoativo do mercado lá na estratosfera.
Ambos estes grupos, digamos aqui de “Samy Danas” e “Faustos Botelhos”, respectivamente, encabeçam os debates democráticos de para onde uma nova tecnologia e meio de finança pode ir.
Em duas reportagens o Bitnotícias vai se embasar na estatística histórica do desenvolvimento do centro monetário do dinheiro para trazer um conceito fundamentado de para onde o preço Bitcoin deve ir.
Já adianto que conforme o próprio título da reportagem enuncia, as informações aqui contidas darão as mãos às contagens de Elliot em escala logarítmica do preço do Bitcoin do querido Fausto, e que se “danem” os pessimistas.
Para tanto, nesta primeira reportagem abordaremos o conceito de transição de fases, algo que é aplicável a diversas coisas na natureza, assim como a água, o dinheiro, e você.
Numa segunda reportagem discutiremos o conceito de “escassez e o estoque para o fluxo” (Stock-to-Flow), e como se aplica ao dinheiro, a commodities e ao Bitcoin.
Transição de Fases
Eu, você, o Felipe Escudeiro do canal Bitnada, e mais todo mundo somos coisas que vivemos fundamentados em fases, sejam elas numéricas como o passar dos anos de vida, seja ela empírica, dentro dos altos e baixos da vida cotidiana.
O conceito de transição de fases pode ser aplicado em diversas vertentes, desde a química ao mundo biológico, até o lado social e financeiro das coisas.
A transição de fases se fundamenta no princípio onde o ser ou o objeto muda seus princípios sem mudar seu cerne.
A água é o exemplo mais claro disto, onde as suas fases são mudadas pelos princípios da física, sem alterar o seu cerne químico. A água não deixa de ser água por que se solidificou, condensou, ebuliu ou ionizou.
O dólar como moeda global também já viveu a sua transição de fases.
Criado em 1776, o dólar foi primeiramente lastreado em Spanish Milled Dolar, que condizia a aproximadamente 27 gramas de prata. Os anos se passaram e no século XIX ele foi lastreado ao ouro, e desde o século XX passou a ser lastreado em “nada”, para que as outras moedas tivessem lastro nele!
Um belo exemplo de transição de fases.
O Bitcoin também está passando por este conceito, e uma análise de diversos parâmetros nos pontuam onde estamos e onde poderemos chegar.
Um deles é fundamentalista. Em reportagem publicada por Hasufly e Nic Carter intitulada “Visons of Bitcoin“, um levantamento estatístico histórico identificou sete tópicos principais que conduzirem a linha de pensamento de entusiastas do Bitcoin ao longo de sua existência.
O gráfico que mais parece uma obra de arte mostra as mudanças das fases de preocupação com a rede Bitcoin ao longo de sua história, e estas análises de sentimento associadas a análises de preço, e de escassez e estoque de fluxo conduzem estatisticamente o preço do Bitcoin à estratosfera.
Mas sobre a transição de fases do Bitcoin, o gráfico mostra que a princípio a prova de conceito do e-cash era a visão dominante no início, ao mesmo tempo que a rede de pagamentos P2P e as associações digitais ao ouro também eram discutidas à época.
Em seguida, o gráfico mostra que o Bitcoin ganha força como uma moeda da “darknet” anônima, mas também vê sua comercialização crescer em Exchanges descentralizadas e no sistema P2P.
Com o surgimento das Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs), e o crescimento do número de Tokens e criptomoedas no mercado, ocorre a transformação do conceito do Bitcoin para como uma criptomoeda de reserva, que também passa a servir de lastro para os demais criptoativos digitais.
Em 2018 surgiu o Lightning Network, trazendo um aumento do entusiasmo por microtransações “online” e pagamentos sem taxas pela Internet.
Em 2015 as “sidechains” emergiram traduzindo maiores funcionalidades ao Bitcoin, e diminuindo a importância das Altcoins. Entretanto, as “sidechains” se mostraram difíceis de serem implementadas e os utilidades não monetários do Bitcoin caíram em desuso.
Após esta fase baixista, os analistas financeiros passaram a associar o Bitcoin a um diversificador de carteiras ou portfólios de investimentos. Também as altcoins e stablecoins ganharam força e preencheram o mundo cripto enaltecendo o Bitcoin.
Ao longo de todos essas fases, a concepção do Bitcoin ser o ouro digital permaneceu influente, sendo atualmente a visão conceitual e consensual da maioria de seus adeptos e usuários.
Mesmo assim, atualmente parte destes entusiastas mais o veem como um criptoativo de alta liquidez e diversificador de investimentos a um meio de pagamento ou de reserva de valor.
Não podemos deixar de citar todas as subfases de “provação” do Bitcoin com os vários Forks que ocorreram em seu protocolo, além do surgimento e migração de investidores para outras redes de pagamento semelhante, como o LTC, o NANO e o DASH.
Todos estes 7 eventos ondulatórios fundamentalistas junto a acontecimentos pontuais moldaram as fases de transição do preço do Bitcoin, e novos fatores ou fases estão sendo experimentadas.
É importante ressaltar que conforme os autores do estudo indicaram, a pesquisa não se fundamentou nas narrativas pontuais mais influentes do mundo cripto, mas sim nas principais linhas de pensamento.
Atualmente o Bitcoin tem os processos de regulamentação em fase “meio que inicial” de transição, e sinceramente não podemos afirmar que uma batalha está terminando e todas as moedas conviverão em simbiose.
Durante a história o preço do Bitcoin como ativo financeiro apenas se valorizou, e assim até que enfim chego à fase de transição denominada “halving”, que muda a característica da criptomoeda Bitcoin sem mudar o seu cerne principal.
Uma vez chegado ao fator denominador que diminui a inflação do Bitcoin, podemos comparar a sua fase de transição de preços com outros ativos que servem de lastro para a economia, como o ouro e o dólar, impetrando os princípios de escassez e fluxo de estoque que distinguem o nível inflacionário de cada um destes ativos.
Mas isto ficará para a segunda reportagem, onde os gráficos levam o preço do Bitcoin para a estratosfera, o que seria capaz de inferir uma transição de fase em muitos “dana”dinhos.
Obrigado pela leitura e nos vemos na parte 2, pessoal.