- Mineradoras derretem US$ 12 bilhões enquanto Bitcoin segue firme.
- Setor de mineração sofre, ETFs ganham força no mercado.
- Desacoplamento entre ações e BTC acende sinal de alerta.
As ações de mineração de criptomoedas enfrentam seu momento mais delicado em 2025. O setor perdeu mais de US$ 12 bilhões em valor de mercado desde fevereiro, voltando aos níveis do início do ano.
Os mineradores estão se afastando do Bitcoin mesmo com o Bitcoin estável acima dos US$ 65 mil. O fenômeno quebra uma correlação que sempre guiou o setor.
Mineradoras afundam enquanto o Bitcoin flutua
O valor de mercado combinado das principais mineradoras de Bitcoin caiu de US$ 36 bilhões para menos de US$ 24 bilhões em poucas semanas. Empresas como Riot Platforms, Marathon Digital e CleanSpark registraram perdas de dois dígitos. A queda apaga os ganhos acumulados no primeiro trimestre de 2024.
A estabilidade do Bitcoin não impediu esse tombo. Na verdade, ela tornou o movimento ainda mais preocupante. A correlação entre o preço do BTC e a capitalização das mineradoras caiu drasticamente, chegando perto do território negativo. Isso não acontecia desde meados de 2022.
O cenário indica um setor pressionado por diversos fatores. O halving recente reduziu as recompensas da mineração. Ao mesmo tempo, os custos operacionais subiram, puxados principalmente pela energia elétrica. Além disso, o clima político nos Estados Unidos, com novas tarifas sendo discutidas por Donald Trump, adiciona mais incertezas ao setor.
ETFs ganham força e investidores mudam de rota
Enquanto as mineradoras perdem valor, os ETFs de Bitcoin ganham tração. Produtos como os ETFs Spot oferecem exposição direta ao ativo digital sem os riscos operacionais das mineradoras. Segundo a Galaxy Digital, o capital está migrando para esses instrumentos com rapidez.
Mike Novogratz, CEO da empresa, apontou os ETFs como o principal motor de entrada de capital no mercado cripto. Ele acredita que essa tendência deve fortalecer ainda mais o BTC ao longo de 2025.
Com isso, as mineradoras enfrentam um “inverno de sentimento”, mesmo em um mercado otimista para o Bitcoin. A divergência pode sinalizar algo maior. Em 2022, um movimento semelhante precedeu uma correção ampla. O desempenho fraco das ações sugere desafios estruturais, tanto regulatórios quanto operacionais.
A situação lembra o que aconteceu com ações de tecnologia após tarifas impostas pelos EUA. Assim como naquele momento, choques externos podem redefinir o futuro das criptos. A dissociação entre o BTC e os papéis de mineração pode não ser um desvio temporário, mas um alerta real.