- JP Morgan abraça blockchain e redefine o mercado cripto
- Estratégia “E” une finanças tradicionais e descentralizadas
- Banco prepara base para um mercado trilionário em cripto
O JP Morgan está se movendo com precisão cirúrgica para ampliar seu domínio sobre o mercado de ativos digitais, avaliando oportunidades que ultrapassam a marca de US$ 1 trilhão. A estratégia, apelidada internamente de “abordagem E”, busca integrar o melhor dos dois mundos: o uso de um blockchain próprio para transações internas e a exploração de redes públicas como Ethereum, Google, Swift e Stripe.
Essa movimentação indica que o maior banco dos Estados Unidos está decidido a se firmar como protagonista da transformação financeira que a blockchain vem promovendo globalmente.
Uma nova fase para o JP Morgan no mercado cripto
Durante entrevista à CNBC, Scott Lucas, chefe global de mercados e ativos digitais do banco, explicou que o grupo não pretende seguir um único caminho.
“Estamos adotando uma abordagem ‘E’. Há o mercado tradicional e as novas oportunidades. Não são excludentes”, afirmou.
Na prática, o JP Morgan oferecerá negociações em criptomoedas, mantendo postura cautelosa sobre a custódia direta e gestão dos ativos digitais. Além disso, o plano é operar por meio de custodiantes terceirizados, até que o ambiente regulatório e o apetite ao risco interno estejam mais claros.
Essa visão reflete a postura pragmática do banco, que reconhece o potencial de crescimento das criptomoedas, mas evita se expor a riscos desnecessários.
“Não acho que isso esteja no horizonte de curto prazo”, disse Lucas. “Mas acredito que, em algum momento, a custódia virá naturalmente.”
Blockchain próprio e integração com redes públicas
O JP Morgan já utiliza seu token de depósito JPMD para transações entre clientes corporativos, e agora quer ampliar o uso para stablecoins e novas plataformas. Além disso, essa combinação de infraestrutura privada e redes públicas reflete um movimento de adaptação a um futuro em que as finanças tradicionais e descentralizadas coexistem.
Além disso, o banco anunciou uma integração direta com a Coinbase, prevista para 2026. A parceria permitirá que clientes realizem transações contínuas, financiem compras com cartões de crédito e acumulem recompensas cripto, criando uma ponte entre o sistema bancário e o universo das criptomoedas com potencial.
As ações do JP Morgan fecharam em alta de 2,35%, cotadas a US$ 302,00, refletindo a confiança dos investidores nessa guinada tecnológica.
No fim das contas, Jamie Dimon, antes um dos maiores críticos do Bitcoin, agora admite que blockchain e stablecoins são peças centrais do futuro financeiro. Com essa mudança de postura, o JP Morgan deixa claro: não quer apenas participar do jogo — quer liderar o próximo grande ciclo das finanças digitais.