O Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou nesta terça, 09, a prisão do suposto líder do esquema de corrupção PDVSA-Cripto, Tareck El Aissami, juntamente com o empresário Samark López e o ex-ministro da Economia, Simón Zerpa.
Este escândalo, que envolveu a estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) e a Superintendência Nacional de Criptoativos (Sunacrip), resultou em prejuízos avaliados em milhares de milhões de dólares para o Estado venezuelano.
Segundo as declarações do procurador, o esquema baseava-se na utilização de divisas provenientes da venda de petróleo, que nunca chegaram aos cofres do país. Os fundos desviados foram então convertidos em criptomoedas e transferidos para a exchange Kraken, no Canadá, tornando-os “indetectáveis para os órgãos de supervisão”.
Esta é a primeira vez que uma empresa de criptomoedas é mencionada no âmbito deste caso de corrupção. A Kraken, uma das principais plataformas de negociação de bitcoins e criptoativos, aparentemente serviu como intermediária para movimentar o dinheiro ilícito do esquema PDVSA-Cripto.
Kraken
A notícia da utilização da Kraken neste esquema chocou o mercado de criptomoedas e levantou questões sobre a segurança e regulação das exchanges. Até o momento, a Kraken não emitiu nenhum comentário sobre o assunto.
Tareck El Aissami, Samark López e Simón Zerpa enfrentarão acusações de traição, apropriação de bens públicos, aproveitamento de influências e legitimação de capital. O Procurador-Geral afirmou que o objetivo do esquema era “implodir a economia nacional” e “destruir” a moeda local, pressionando a taxa de câmbio do dólar paralelo e minando as políticas econômicas do governo.
Este caso ressalta a importância da regulação e fiscalização rigorosas no mercado de criptomoedas e destaca os desafios enfrentados pelos governos na luta contra a corrupção e o crime financeiro no ambiente digital. A investigação continua enquanto as autoridades venezuelanas buscam responsabilizar os envolvidos neste esquema de corrupção em larga escala.