Nos últimos dias, o mercado financeiro global tem testemunhado um fenômeno intrigante: enquanto o ouro alcança novos recordes, o Bitcoin, a principal criptomoeda do mundo, luta para se manter estável. O ouro, que há séculos é considerado um ativo seguro em tempos de incerteza, registrou um aumento impressionante de 26% no ano, atingindo um recorde histórico de US$ 2.617,40 por onça, segundo dados recentes.
Esse crescimento expressivo coloca o ouro à frente do índice S&P 500, que subiu 18% no mesmo período. Esse desempenho sólido do metal precioso é impulsionado por expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, possa cortar as taxas de juros em breve, possivelmente em 25 pontos base. A queda das taxas e a inflação em declínio tornam o ouro ainda mais atraente para investidores que buscam proteção contra incertezas econômicas.
Analistas, como Lina Thomas, estrategista de commodities do Goldman Sachs, preveem que o ouro continuará subindo. Em sua análise, ela apontou que o metal deve alcançar a marca de US$ 2.700 por onça até o início de 2025, impulsionado pela alta demanda dos bancos centrais e pelo papel do ouro como hedge contra riscos geopolíticos e recessões.
Fundos de investimento focados no ouro, como o SPDR Gold Shares ETF (GLD), também têm mostrado forte desempenho, com alta de 25% no ano. Outros ETFs de mineração de ouro, como o VanEck Gold Miners (GDX) e o VanEck Junior Gold Miners ETF (GDXJ), tiveram ganhos de 28% e 29%, respectivamente.
Bitcoin perde força em comparação ao ouro
Enquanto o ouro continua quebrando recordes, o Bitcoin, que em outros momentos rivalizou com o metal como “reserva de valor”, permanece estagnado. A principal criptomoeda fechou recentemente em US$ 59.200, representando um aumento modesto de apenas 0,83% no dia. Embora o volume de negociações tenha subido ligeiramente, o Bitcoin não apresentou sinais de um grande movimento de alta.
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A falta de atividade no mercado de Bitcoin é visível. As reservas de Bitcoin nas exchanges permaneceram praticamente inalteradas desde abril de 2022, o que indica que muitos traders estão aguardando um sinal claro para comprar ou vender.
O índice Stablecoin Supply Ratio (SSR), que mede a relação entre stablecoins e Bitcoin, também está em seu ponto mais baixo neste ano, refletindo a fraca atividade no mercado de altcoins, o que está afetando o desempenho do Bitcoin.
Apesar da aparente inatividade, alguns investidores de varejo têm se tornado mais agressivos, aumentando suas apostas no mercado de Bitcoin. A alavancagem estimada em exchanges tem subido, o que significa que traders estão tomando mais riscos, na esperança de que a criptomoeda tenha uma recuperação significativa.
No entanto, muitos especialistas acreditam que mesmo um corte de 25 pontos base nas taxas de juros pelo Fed pode não ser suficiente para impulsionar o mercado de criptomoedas. Se o banco central optar por um corte mais drástico, de 50 pontos base, isso poderia sinalizar problemas econômicos mais profundos, o que poderia desencadear uma venda generalizada de ativos, incluindo ações e criptomoedas.