- Analistas veem risco de queda de 40% no Bitcoin em 2026, com alvo em US$ 50 mil.
- ETFs registram o pior mês desde fevereiro, com mais de US$ 3,5 bilhões em saídas.
- Incertezas no Fed, temor de bolha de IA e menor liquidez pressionam ainda mais o mercado.
O Bitcoin volta ao foco após analistas preverem queda para US$ 50 mil em 2026. O cenário reflete menor liquidez, saídas fortes de ETFs e maior aversão ao risco.
A mudança contrasta com o início do ano, quando projeções indicavam o BTC rumo aos US$ 200 mil.
Por que o pessimismo aumentou entre analistas?
Mike McGlone, estrategista sênior da Bloomberg Intelligence, afirmou que seu “viés está em US$ 50 mil”, caso o S&P 500 registre um terceiro ano de queda. Segundo ele, a combinação de ouro em alta, petróleo em baixa e forte volatilidade nos índices “incentiva investidores a reduzir risco”.
Além disso, a liquidação de outubro deixou um rombo superior a US$ 20 bilhões, segundo David Brickell e Chris Mills, do London Crypto Club. Eles destacam que “o capital destruído levará tempo para se recompor”, enquanto tesourarias corporativas diminuem compras.
Outro ponto crítico é a piora nos ETFs. Novembro já acumula mais de US$ 3,5 bilhões em saídas, o pior resultado desde fevereiro. Essa pressão reduz o fluxo de entrada e reforça o desequilíbrio entre oferta e demanda.
Menor apetite ao risco e temor de uma bolha de IA
A correlação entre criptomoedas e empresas de tecnologia voltou a se intensificar. A queda do mercado acionário, mesmo após resultados fortes da Nvidia, acendeu alertas.
Brickell e Mills associam parte da correção cripto ao medo crescente de que o setor de IA esteja inflado.
“O mercado não está pronto para abandonar a narrativa de bolha”, afirmam.
Entretanto, os analistas seguem otimistas para o longo prazo no setor de tecnologia, destacando que o Nasdaq continua sendo o “grande vencedor estrutural” em ciclos prolongados.
Liquidez baixa e incertezas no Fed ampliam o risco
A falta de liquidez global adiciona pressão ao Bitcoin. O mercado esperava que o Federal Reserve afrouxasse a política monetária com mais velocidade, porém isso não ocorreu.
Agora, os investidores aguardam a decisão de dezembro. Os comentários recentes do presidente do Fed de Nova York, John Williams, reacenderam expectativas de corte, ao afirmar que há “espaço para aliviar a política no curto prazo”.
Mesmo assim, dirigentes seguem divididos. Susan Collins, do Fed de Boston, disse não estar “convencida” da necessidade de novos cortes. Já Michael Barr reforçou que a inflação “segue perto de 3%”, pedindo cautela.
As apostas mostram 71% de chance de corte, segundo FedWatch, enquanto usuários da Polymarket estimam 67%.

Perspectivas para o Bitcoin
O cenário para o Bitcoin segue desafiador. Com liquidez limitada, saídas de ETFs e maior aversão ao risco, o mercado encontra obstáculos para retomar a tendência de alta.
Entretanto, a decisão do Fed em dezembro e a recuperação do apetite global por tecnologia podem definir o rumo do BTC no início de 2026. Até lá, a volatilidade deve continuar no centro do debate.


