- Movimentação misteriosa reacende debate sobre fundos antigos da Silk Road
- Consolidação de carteiras indica possível reorganização de grandes valores
- Caso Ulbricht volta ao foco após transações inesperadas em Bitcoin
Mais de 300 carteiras associadas à extinta Silk Road voltaram a ganhar atividade e moveram cerca de US$ 3 milhões em Bitcoin, reacendendo debates sobre rastreabilidade e herança digital no mercado cripto.
A surpresa veio dos analistas: essas carteiras ficaram inativas por mais de uma década. Hoje, mostram atividade coordenada e ainda carregam aproximadamente US$ 40 milhões em Bitcoin.
Movimentações chamam a atenção do mercado
A Arkham informou que 312 carteiras inativas transferiram US$ 3,14 milhões em Bitcoin para um único endereço durante apenas 12 horas. O destino, identificado como “bc1q***ga54”, permanece desconhecido e não mostra sinais de uso posterior.
As transações apresentaram um padrão claro de consolidação. Diversos endereços antigos enviaram pequenas quantias ao longo do dia, sempre para o mesmo ponto final. Porém, os valores variaram de 0,00006 BTC a mais de 3,6 BTC, o que sugere uma coordenação que intriga analistas.
Algumas dessas carteiras pertenciam a mineradores que atuaram em 2011, período em que o Bitcoin ainda podia ser minerado em computadores comuns. Além disso, esse detalhe reforça a hipótese de que parte desses fundos permaneceu intacta desde os primeiros anos da rede.
Fundos podem ter ligação com Ross Ulbricht
Em janeiro, Conor Grogan, diretor da Coinbase, analisou esses mesmos endereços e estimou que eles poderiam somar cerca de US$ 47 milhões em Bitcoin, possivelmente ligados a Ross Ulbricht. A nova movimentação reacendeu especulações sobre a origem desses fundos, porque o valor remanescente coincide com estimativas anteriores.
A Silk Road operou de 2011 a 2013 e se tornou o mercado ilícito mais famoso da internet. Ulbricht, criador da plataforma e conhecido como “Dread Pirate Roberts”, foi condenado à prisão perpétua em 2015 por crimes relacionados ao uso de Bitcoin para comércio ilegal.
O caso ganhou novo destaque quando Donald Trump concedeu perdão total a Ulbricht, gerando intensos debates políticos e jurídicos. Porém, o gesto dividiu opiniões entre defensores da liberdade digital e críticos que apontam riscos do anonimato financeiro.
Após esse perdão, outras figuras influentes do setor buscaram clemência. Entre os citados estão Sam Bankman-Fried, fundador da extinta FTX, e Roger Ver, conhecido como “Jesus do Bitcoin”. Ambos tentam atenuar processos que ganharam força com a repercussão do caso Silk Road.
A origem da movimentação recente, porém, permanece sem explicação. Mesmo assim, o episódio reforça como ativos antigos continuam moldando discussões sobre transparência, controle e herança digital no ecossistema cripto.


