- Mercado cripto enfrenta maior liquidação da história com US$ 19,3 bilhões
- Tarifas de Trump à China derrubam Bitcoin e altcoins
- Investidores cobram investigação sobre travamentos e falhas nas corretoras
O mercado global de criptomoedas vive um dos momentos mais turbulentos da história. Em apenas 24 horas, as liquidações chegaram a US$ 19,3 bilhões, o maior colapso já registrado desde o início do setor. O impacto foi imediato nos investidores, corretoras e até governos estão avaliando os efeitos dessa onda de vendas forçadas.
A maior parte das perdas, cerca de US$ 16,8 bilhões veio de posições longas, ou seja, de investidores que apostavam na alta dos preços. Outros US$ 2,5 bilhões correspondem a posições vendidas. As criptomoedas mais afetadas foram Bitcoin (US$ 5,3 bilhões), Ethereum (US$ 4,4 bilhões) e Solana (US$ 2 bilhões). O volume foi tão expressivo que superou eventos históricos como o crash da Covid-19 e a falência da FTX.
Trump reacende as tensões e derruba o mercado
A principal causa dessa crise foi uma nova ameaça comercial dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump anunciou tarifas de 100% sobre produtos chineses. Além disso, o temor de um colapso global fez investidores fugirem de ativos de risco. O Bitcoin, que havia chegado a US$ 126 mil no começo da semana, caiu para cerca de US$ 101 mil em poucas horas.
Na manhã deste sábado (11), o Bitcoin tentava se estabilizar em US$ 112.299, acumulando queda de 7,6% no dia. Já as altcoins sofreram perdas ainda maiores, Dogecoin caiu 19%, Cardano 16%, Solana 13%, XRP 9% e Ethereum 6%. Especialistas dizem que o movimento reflete uma venda em pânico e o efeito dominó das liquidações automáticas em plataformas de derivativos.
Corretoras também enfrentaram problemas técnicos. A Binance, por exemplo, teve travamentos que impediram negociações durante os picos de volatilidade. A cofundadora da exchange, Yi He, afirmou que clientes afetados podem solicitar indenizações.
Regulação e suspeitas sobre as corretoras
A situação levantou suspeitas sobre a transparência das plataformas de negociação. O CEO da Crypto.com, Kris Marszalek, pediu publicamente que reguladores investiguem as exchanges que registraram o maior número de liquidações. Além disso, ele questionou se algumas delas interromperam operações de forma proposital durante o caos.
Os reguladores deveriam investigar se houve manipulação de preços e falhas nos sistemas de monitoramento. E necessário revisar como as exchanges calculam índices de preço e aplicam políticas de prevenção à lavagem de dinheiro.
Enquanto o mercado tenta se reerguer, analistas concordam que a liquidação recorde de US$ 19,3 bilhões marca uma virada de ciclo. Além disso, a confiança dos investidores, abalada por fatores geopolíticos e estruturais, deve levar tempo para se recuperar e o caminho até lá promete ser volátil e imprevisível.