- Investidores fogem do cripto e impulsionam ETFs de ouro
- Gundlach prevê ouro a US$ 4.000 em novo ciclo
- Ativos digitais lastreados em ouro superam desempenho do Bitcoin
O mercado de ouro ganhou força nas últimas semanas. A valorização dos ETFs (fundos de índice) do metal reflete a saída de capital das criptomoedas.
Investidores preocupados com a instabilidade do setor cripto voltaram a olhar para os ativos tangíveis como proteção contra a inflação e a volatilidade econômica.
Criptomoedas caem, ouro brilha
Jeffrey Gundlach, CEO da DoubleLine Capital e conhecido como o “Rei dos Títulos”, apontou o início de um novo ciclo. Ele afirmou que o preço do ouro pode alcançar até US$ 4.000 por onça, refletindo a consolidação de longo prazo em torno dos US$ 1.800.
“Acredito que o ouro chegará a US$ 4.000. Não sei se isso ocorre ainda este ano, mas considero esse o movimento mais lógico”, disse Gundlach durante sua apresentação macroeconômica “Not in My Neighborhood”.
Segundo ele, os ETFs de ouro lideraram a preferência entre investidores que buscam estabilidade, em especial diante da queda das criptomoedas. PAXG e XAUT, dois ativos digitais atrelados ao ouro, subiram cerca de 14% no ano, enquanto o Bitcoin caiu 11,4%. O índice mais amplo CoinDesk20 teve retração de mais de 25%, confirmando o momento difícil para o setor.
Bancos centrais reforçam aposta no metal
O movimento de alta nos ETFs de ouro também reflete a mudança estratégica dos bancos centrais, que vêm acumulando reservas em ritmo acelerado. De acordo com dados do FMI, apresentados por Gundlach, os estoques globais subiram de 34 bilhões de DSE em 2010 para 40,9 bilhões, patamar que não era visto desde os anos 1980.
Essa tendência reforça o papel do ouro como ativo de segurança em momentos de incerteza. Os Direitos Especiais de Saque (DSE), unidade do FMI baseada em uma cesta de moedas fortes, ajudam a medir a importância crescente do metal nas reservas globais.
Com a contínua instabilidade nas criptomoedas e uma nova valorização do ouro no horizonte, o mercado aponta para uma mudança clara no comportamento dos investidores: menos risco digital, mais segurança física.