O ex-vice-ministro do Ministério das Finanças da China, Zhu Guangyao, fez um apelo para que o país reveja sua postura em relação às criptomoedas e considere a criação de uma política voltada para o desenvolvimento do Bitcoin.
Durante sua participação no Fórum de Economistas-Chefes do Tsinghua PBC de 2024, em Pequim, Guangyao destacou a importância de estudar as mudanças recentes nas políticas globais, especialmente nos Estados Unidos e entre os países do BRICS, em relação às moedas digitais.
Guangyao ressaltou que os ajustes internacionais em políticas de criptomoedas podem ser cruciais para a China alavancar sua economia digital. O ex-ministro enfatizou que, embora o governo chinês tenha adotado uma postura rígida em relação às criptomoedas, as mudanças globais demandam uma nova análise.
“Devemos reconhecer plenamente os riscos e os danos que as criptomoedas podem causar ao mercado de capitais, mas também devemos estudar cuidadosamente os ajustes internacionais”, afirmou o ex-ministro.
Mercado global de criptomoedas influencia decisão
O posicionamento de Guangyao vem em um momento de grande movimentação no mercado global de criptomoedas. Um relatório da Chainalysis revelou que as corretoras de balcão (OTC) na China viram um aumento significativo na atividade nos últimos nove meses, com mais de US$ 75 bilhões movimentados.
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O relatório também aponta que muitos cidadãos chineses têm se voltado para o Bitcoin e outras criptomoedas como uma forma de preservar seu patrimônio, devido à crescente desconfiança em relação à economia chinesa.
Nos Estados Unidos, as políticas relacionadas às criptomoedas passaram por ajustes importantes recentemente. Apesar de o governo americano ter criticado anteriormente as moedas digitais, chamando-as de “um grande poder destrutivo” no combate à lavagem de dinheiro, a situação evoluiu.
A aprovação de fundos de Bitcoin negociados em bolsa (ETFs) à vista e a inclusão das criptomoedas nas plataformas de campanha de candidatos como Donald Trump ilustram uma mudança significativa.
Guangyao também apontou para os países do BRICS e outros mercados emergentes que já começaram a adotar políticas mais favoráveis às criptomoedas, como Rússia, África do Sul e Brasil.
Segundo ele, a China precisa prestar atenção nesses movimentos para não ficar para trás no desenvolvimento de sua economia digital. O ex-vice-ministro sugeriu que, se o país seguir essa tendência, poderá consolidar sua posição de liderança no cenário global.