- Queima bilionária tenta recuperar confiança, mas mercado segue cauteloso
- Concorrência cresce rápido e pressiona demanda real do HYPE
- Fundamentos fortes existem, porém ainda não atraem novos investidores
A Hyperliquid decidiu agir rapidamente após ver o HYPE recuar para o menor nível em sete meses. No momento, o preço do Hyperliquid está negociado em US$ 24,76. Diante desse cenário, a fundação tenta recuperar a confiança do mercado e conter a deterioração do sentimento.
A remoção permanente de US$ 1 bilhão em tokens busca reduzir a oferta e aliviar a pressão vendedora. Ainda assim, investidores seguem cautelosos e questionam se a medida será suficiente para sustentar o preço no médio prazo.
Queima social e pressão crescente no mercado
A fundação optou por uma abordagem incomum. Em vez de uma queima tradicional por contrato inteligente, ela isolou 37 milhões de tokens HYPE em um endereço sem chave privada. Ninguém pode mover os tokens, e eles desaparecerão da economia para sempre. Ainda assim, eles seguem existindo na blockchain. Por isso, muitos especialistas descrevem o movimento como uma “queima por consenso social”, algo pouco usual, mas funcional.
Esse esforço ocorre enquanto o mercado muda rapidamente. Concorrentes diretas da Hyperliquid estão crescendo com força e usam programas de recompensas agressivas para atrair traders. Plataformas mais novas oferecem “pontos” que incentivam volumes artificiais, e isso pressiona ainda mais a dominância da Hyperliquid. Embora o protocolo mova cerca de US$ 221 bilhões em volume mensal, o apetite dos investidores continua migrando para novidades com retornos rápidos.
Outro ponto crítico está em andamento, a votação sobre o fundo de assistência, aberta entre 17 e 21 de dezembro. Validadores decidem agora se ativam ou não esse mecanismo, que pode mudar a alocação de recursos no protocolo. A decisão importa porque indica como a comunidade enxerga o futuro e define prioridades internas.
Valor real versus barulho das concorrentes
Um relatório da Cantor Fitzgerald trouxe uma leitura diferente do momento. A análise de 62 páginas afirma que o mercado está olhando para os indicadores errados. Para a empresa, o essencial não está nos volumes inflados de outras DEXs, mas no fluxo de caixa consistente da Hyperliquid. O protocolo já gerou US$ 874 milhões em taxas somente em 2025, e grande parte desse valor financia recompras contínuas de HYPE.
A Cantor defende que a Hyperliquid deve ser avaliada como uma fintech de alto crescimento, e não como apenas mais uma altcoin. Inclusive, projeta uma capitalização futura que pode chegar a US$ 125 bilhões se o protocolo avançar para mercados de ações tokenizadas e outros ativos reais. Porém, esse caminho exige superar barreiras regulatórias que já travaram projetos semelhantes.
Mesmo com números fortes, o mercado reage com ceticismo. A queima reduz a oferta, mas não cria nova demanda. E muitos investidores preferem continuar acumulando recompensas em plataformas rivais, mesmo que o movimento seja temporário. Além disso, o setor DeFi vive uma intensa competição. O número de usuários ativos diários cresceu 700% em um ano, segundo uma pesquisa da HTX, e cada protocolo luta por atenção em um cenário cada vez mais saturado.
Por enquanto, a Hyperliquid aposta em uma estratégia direta, reduz oferta e reforça fundamentos. A dúvida é se isso será suficiente para reconquistar os investidores ou se eles continuarão buscando as criptomoedas promissoras em outros lugares.
