- Mercado perde força com liquidações e saída de capital institucional
- Pressão macroeconômica intensifica queda das principais criptomoedas
- Investidores adotam cautela após sinalizações do Japão e dados do PCE
O mercado de criptomoedas vive mais um momento de forte instabilidade, e a nova turbulência apagou parte do otimismo recente. Nas últimas 24 horas, o setor perdeu aproximadamente US$ 100 bilhões, um recuo que derrubou a capitalização global de US$ 3,15 trilhões para US$ 3,05 trilhões. A correção ocorreu rapidamente e expôs fragilidades que permanecem latentes, mesmo após meses de avanços consistentes.

O movimento começou quando o Bitcoin caiu abaixo de US$ 90.000, depois de falhar novamente ao tentar se manter na faixa entre US$ 94.000 e US$ 95.000. Essa queda marcou o segundo recuo expressivo do mês e eliminou os ganhos acumulados durante tentativas recentes de recuperação. Especialistas afirmam que o sentimento perdeu força porque o apetite por risco diminuiu de forma abrupta.
Liquidações forçadas aceleram a sangria
Os dados das principais corretoras mostram que uma nova onda de liquidações forçadas agravou a queda. Aproximadamente US$ 500 milhões em posições alavancadas foram encerrados em um único dia. Desse total, US$ 420 milhões vieram de posições compradas. Além disso, mais de 140.000 traders sofreram liquidações simultâneas, aumentando o ritmo da correção.
Enquanto isso, o Bitcoin está sendo negociado a US$ 89.614. O Ethereum está negociado em US$ 3.050, e o BNB ficando em US$ 884,76. O XRP retrocedeu 1,75%, para US$ 2,03, e o Solana está negociado a US$ 133,50. Esses números reforçam o impacto generalizado do enfraquecimento do mercado.

Ao mesmo tempo, o fluxo de capital institucional mostrou sinais claros de exaustão. O iShares Bitcoin Trust, da BlackRock, registrou seis semanas consecutivas de saídas, somando mais de US$ 2,8 bilhões. As entradas gerais dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos também perderam força, recuando para apenas US$ 59 milhões em 3 de dezembro. Analistas apontam que a queda no interesse institucional retirou parte do suporte que vinha limitando movimentos bruscos.
Pressões macroeconômicas esfriam o apetite por risco
A deterioração não se deveu apenas aos fatores internos. No cenário internacional, o Banco do Japão sinalizou uma possível alta nos juros, o que ameaça a liquidez das operações de carry trade. Esse ajuste costuma reduzir a exposição global a ativos mais arriscados, como as criptomoedas.
Além disso, os investidores adotaram postura mais cautelosa antes da divulgação do índice PCE dos Estados Unidos. Mesmo com a inflação subjacente mostrando sinais de desaceleração, o resultado não animou o mercado. A leitura foi considerada insuficiente para gerar confiança em cortes mais rápidos nas taxas do Federal Reserve.
Assim, a combinação entre liquidações intensas, saídas de ETFs e pressões macroeconômicas criou um ambiente desfavorável que empurrou o mercado para baixo. Embora muitos analistas defendam que a correção pode abrir espaço para ajustes saudáveis, o clima hoje é de alerta total.

