A mineração de Bitcoin nunca foi tão desafiadora. A dificuldade de mineração atingiu um recorde histórico de 101,65 trilhões de unidades, ultrapassando pela primeira vez a marca de 100 trilhões. Esse aumento significativo revela o crescimento e a força da rede Bitcoin, que se fortalece continuamente, mesmo com as flutuações no preço da criptomoeda.
No entanto, a nova dificuldade impõe obstáculos substanciais, especialmente para os pequenos mineradores, que enfrentam uma desvantagem competitiva em relação às grandes empresas do setor.
Para a rede Bitcoin, a dificuldade de mineração reflete a complexidade de encontrar novos blocos na blockchain. Esse ajuste ocorre automaticamente a cada 2.016 blocos, aproximadamente a cada duas semanas, garantindo que o processo continue desafiador.
Em 2024, a dificuldade aumentou em cerca de 60% dos ajustes, indicando que a rede exige cada vez mais poder computacional para que novos Bitcoins sejam minerados. Esse cenário beneficia as grandes empresas, que possuem infraestrutura de ponta, enquanto os mineradores menores sentem a pressão de custos operacionais elevados.
Além da dificuldade de mineração, o hashrate da rede também alcançou níveis recordes, registrando uma média de 755 EH/s na última semana de outubro. Esse aumento no hashrate representa a entrada de um poder computacional sem precedentes na rede, consolidando o Bitcoin como uma das redes mais seguras e robustas no espaço cripto.
Porém, esse cenário cria um ambiente de alta competitividade, onde apenas os mineradores mais bem estruturados conseguem manter a operação sem prejuízos significativos.
Bitcoin
Os pequenos mineradores, sem o suporte financeiro das grandes empresas, enfrentam dificuldades para sustentar a operação com os altos custos atuais. Muitos acabam vendendo grande parte de seus Bitcoins minerados para cobrir despesas, enquanto as empresas de grande porte têm a capacidade de segurar parte de seus BTCs, reduzindo a pressão de venda e mantendo uma reserva estratégica.
Dados da Glassnode, reportados por James Van Straten, destacam que essa diferença de competitividade se tornou ainda mais evidente, revelando um mercado dividido entre aqueles que possuem recursos abundantes e os que precisam se adaptar para sobreviver.
Durante o mês de outubro, alguns mineradores conseguiram reter uma parte das moedas mineradas, recuperando reservas após um período de grandes vendas em agosto e setembro. No entanto, essa estratégia se mostra desafiadora para os pequenos participantes, que enfrentam crescentes dificuldades para cobrir os altos custos de operação.
Com uma média de 450 BTC minerados diariamente — o que representa cerca de US$ 31,5 milhões —, a venda dessas moedas diariamente gera um fluxo constante de liquidez para o mercado. Esse volume poderia impactar o preço do Bitcoin, mas a retenção parcial por parte de alguns mineradores ajuda a diminuir essa pressão.
No longo prazo, o mercado de mineração de Bitcoin pode ver uma consolidação, com grandes players dominando o setor devido à capacidade de absorver as flutuações na dificuldade e nos custos operacionais.
Enquanto isso, os pequenos mineradores buscam alternativas para se manterem competitivos, como melhorias na infraestrutura e a venda imediata de seus Bitcoins. Esse cenário destaca a maturidade crescente do ecossistema Bitcoin, onde o aumento de dificuldade reforça a segurança da rede, mas também impõe desafios significativos para aqueles sem grandes reservas financeiras.