- Mercado aguarda PPI para definir rumo do Bitcoin nesta semana.
- Capitulação diminui e sinais de estabilização começam a surgir.
- Baleias acumulam BTC enquanto pressão de venda perde força.
O mercado de Bitcoin inicia a semana com um clima de cautela e expectativa. Após vários dias de forte correção, investidores tentam entender se o preço finalmente constrói um piso ou se ainda existe pressão vendedora suficiente para empurrar o ativo para níveis ainda mais baixos. Assim, cada novo dado macroeconômico volta a ganhar importância.
A principal atenção recai sobre o Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos Estados Unidos, que será divulgado nesta terça-feira. O indicador mede a variação média dos preços recebidos por produtores e costuma antecipar sinais de inflação. Por isso, ele se tornou um dos dados mais sensíveis para mercados que reagem rapidamente às perspectivas da Reserva Federal.
Se o PPI vier mais alto que o esperado, aumenta a chance de o Fed manter uma postura mais dura, o que geralmente prejudica ativos de risco como o Bitcoin. No entanto, se o indicador mostrar moderação, o mercado tende a respirar porque a pressão inflacionária perde força e abre espaço para expectativas de cortes futuros. O último PPI marcou -0,1%, e as estimativas agora apontam para um possível salto até 0,3%.
Enquanto os investidores aguardam o dado, o comportamento on-chain mostra uma fase intensa de capitulação. O indicador STH-SOPR, responsável por medir o lucro ou prejuízo de holders de curto prazo, caiu para 0,97 e permanece abaixo de 1. Esse movimento indica vendas contínuas com perdas, algo típico de momentos de exaustão no mercado. Analistas chamam esse processo de “limpeza severa”, porque reduz a pressão dos compradores recentes.
Bitcoin
Mesmo com a queda do Bitcoin desde o recorde de US$ 126 mil até níveis abaixo de US$ 90 mil, alguns especialistas rejeitam a ideia de que o ativo caminha para um criptoinverno. O analista Carmelo Alemán afirma que a queda tem características de um movimento “artificial”, já que as vendas de longo prazo cresceram apenas 2,81% no mês. Para ele, o recuo não encontra suporte suficiente para justificar tamanha correção.
Outro ponto que chama atenção é o comportamento das baleias. Desde outubro, grandes investidores aumentaram suas posições de 159 mil para 345 mil BTC, o que demonstra forte absorção mesmo durante o período de queda. Esse acúmulo sugere que os grandes players continuam acreditando no potencial de recuperação.
No campo técnico, analistas como Rachael Lucas, da BTC Markets, afirmam que o Bitcoin “se consolida após sua correção mais profunda do ciclo”. Ela considera positivo o ativo se manter acima de US$ 86 mil, embora reconheça que a estrutura ainda parece frágil. Já a SwissBlock avalia que a sinalização de “risco off” diminui rapidamente, o que indica que a pior parte da capitulação pode ter ficado para trás.
Com esses elementos combinados, o cenário mais provável para os próximos dias aponta para uma movimentação lateral entre US$ 80 mil e US$ 90 mil. Apenas uma surpresa significativa no PPI poderia alterar o quadro e definir uma direção mais clara.
Assim, o mercado segue atento. A semana promete volatilidade moderada, mas traz sinais de que o Bitcoin pode finalmente tentar construir uma base mais estável após semanas de intensa pressão.


