A partir de hoje (18) as negociações de NFTs na plataforma do OpenSea serão isentas de taxas.
A maior plataforma de negociações de NFTs do mundo reconheceu que está perdendo usuários e que o número de negociações tem caído, e assim tomou a iniciativa.
De acordo com a empresa, estas diminuições estão relacionadas em parte com o crescimento de outras plataformas de negociações de NFTs.
OpenSea em apuros?
O OpenSea é de longe a plataforma que mais comercializa NFTs, sendo que raramente sua superioridade foi ameaçada e quando isto aconteceu foi em lançamentos de coleções específicas ou em dias relativamente atípicos para o mercado.
Mas com a ascensão da plataforma de negociações Blur, a empresa resolveu amortizar a taxa de 2,5%, temporariamente.
De acordo com a empresa analítica, Nansen, o OpenSea está perdendo em volumes diários de transação para a Blur.
Os analistas da Nansen disseram que este movimento é usual, uma vez que os investidores habitualmente buscam por maiores rentabilidades em suas negociações de NFTs.
Mas a medida de fato é uma forma de resposta aos supostos ‘ataques’ da Blur.
É guerra
Nesta semana a plataforma de NFTs da Blur permitiu que os usuários resgatassem seus pacotes de assistência do token Blur.
Mesmo que o evento tenha trazido um aumento significativo de negociações na Blur, ainda assim esta ficou páreo-a-páreo com o OpenSea.
Com o evento, na terça-feira (14) o volume de negociação da Blur foi de cerca de US$ 9,5 milhões, ainda atrás do OpenSea que transacionou cerca de US$ 12 milhões.
No dia seguinte, a equipe da Blur fez um apelo aos usuários para que usassem a plataforma da Blur e ignorassem o OpenSea para a obtenção dos royalties.
Os usuários não podem receber os royalties de forma distribuída em ambas as plataformas, devido ao OpenSea definir automaticamente os royalties como opcionais quando eles detectam negociações na Blur.
Segundo o OpenSea, esta política existe para a proteção dos usuários, conduta esta estabelecida pela empresa no final do ano passado justamente para desbancar plataformas como a Blur.
O conflito
Diversas plataformas de NFTs aplicam taxas mais baixas ou até nulas para atrair usuários, o que recebeu críticas do OpenSea.
‘Na crise econômica, muitos daqueles que procuram vender seus NFTs estão tentando vendê-los pelo máximo que podem. Mover suas listagens para mercados que não cobram taxas é uma maneira de fazer isso’, disse o OpenSea.
Continuando, disse que ‘para os colecionadores, isso significa que os NFTs que eles realmente desejam são cada vez mais propensos a serem listados em mercados que não impõem taxas aos criadores’.
Para tanto, o OpenSea meio que fez uma campanha para que os criadores evitassem que seus NFTs fossem negociados em plataformas opcionais de royalties.
Desde o dia 02 de janeiro os criadores de contratos inteligentes de NFTs no OpenSea tiveram que passar a usar ferramentas na cadeia (on-chain).
Com isto os criadores impedem a venda de NFTs em mercados que não exigem royalties do criador, caso da Blur.
Assim, os usuários devem impedir que seus NFTs sejam vendidos na Blur para ganhar royalties completos no OpenSea.
Neste imbróglio, a equipe da Blur se voltou contra o OpenSea alegando que quem deve escolher onde negociar seu NFT é o usuário, e não a plataforma.
E numa espécie de ‘toma lá da cá’, a Blur passou a prover royalties totais sobre coleções que bloqueiam a negociação no OpenSea.
Mas os analistas ressaltam que esta diminuição das taxas do OpenSea deve ser transitória e não deve durar muito tempo.
Para eles, está claro que a maior plataforma de NFTs voltará com as taxas normais quando recuperar a parcela de usuários perdida.
