Um estudo recente revelou que a grande maioria dos tokens distribuídos via airdrop perde valor em menos de cinco dias após seu lançamento. De acordo com o relatório da KeyRock, cerca de 88,7% dos tokens analisados sofreram desvalorização significativa dentro de 15 dias, e a tendência negativa se intensifica após 90 dias.
A pesquisa analisou 62 airdrops realizados em seis diferentes redes de blockchain ao longo de 2024, destacando os desafios enfrentados por essa estratégia popular de distribuição de tokens.
Os airdrops, amplamente utilizados desde 2017 para gerar interesse inicial em novos projetos de criptomoedas, têm mostrado sinais de enfraquecimento. Embora essas campanhas geralmente criem entusiasmo durante o lançamento, a maioria dos tokens distribuídos por esse método falha em manter o valor a longo prazo. “A saturação de airdrops no mercado tem dificultado a manutenção do interesse dos usuários, resultando frequentemente em abandono dos projetos após o período inicial de hype”, afirma o relatório da KeyRock.
Os dados indicam que a maior parte da volatilidade nos preços dos tokens ocorre nos primeiros dias de negociação, com uma queda acentuada já nas primeiras 72 horas. Apenas uma pequena fração dos tokens permanece estável ou apresenta valorização após três meses.
“Esse padrão se repete em quase todas as blockchains, tornando-se um sinal de alerta para projetos que planejam utilizar airdrops como principal estratégia de crescimento”, explica o estudo.
Tokens de airdrop falham
Apesar do cenário negativo generalizado, redes como Ethereum e Solana mostraram maior resiliência. Cerca de 25% dos tokens distribuídos nessas blockchains conseguiram manter ou aumentar seu valor após três meses, um desempenho significativamente melhor em comparação a outras redes como Binance Smart Chain (BNB), Arbitrum e ZkSync, onde nenhum token obteve resultados positivos.
Segundo o relatório, o sucesso relativo de Ethereum e Solana pode ser atribuído à base de usuários ativa e crescente dessas redes, além de um maior senso de propriedade comunitária. Em contrapartida, blockchains menores como Starknet e Merlin não registraram nenhum caso de sucesso com airdrops, reforçando a importância de escolher redes com uma base de usuários mais robusta para garantir maior engajamento e estabilidade de valor.
Outro ponto-chave do estudo é a correlação entre o tamanho do airdrop e o sucesso no longo prazo. Airdrops maiores, onde mais de 10% da oferta total de tokens é distribuída, tendem a apresentar melhor desempenho ao longo do tempo.
“Distribuições generosas parecem cultivar uma base de usuários mais comprometida”, destaca o relatório da KeyRock, sugerindo que esse engajamento ajuda a mitigar flutuações de preço e promove uma maior estabilidade no mercado.
Em contraste, airdrops menores, embora possam ter um impacto positivo no curto prazo, geralmente sofrem correções significativas de preço à medida que investidores iniciais vendem seus ativos. Já as distribuições de tamanho médio, entre 5% e 10% da oferta total, equilibram um bom desempenho inicial com uma viabilidade mais duradoura.