Na terça-feira, os fundos negociados em bolsa de Bitcoin (BTC) nos Estados Unidos registraram uma saída significativa de US$ 242,6 milhões, o pior dia desde 3 de setembro, de acordo com dados da SoSoValue. Esse movimento interrompeu uma sequência de oito dias de entradas de capital, ao mesmo tempo em que a criptomoeda sofreu uma queda de 6%.
O declínio ocorreu em meio a um aumento das tensões no Oriente Médio, quando o Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel. A escalada veio após ataques de Israel ao Hezbollah, grupo considerado terrorista por diversas nações, incluindo EUA e União Europeia. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu retaliar.
Essa deterioração no cenário geopolítico levou o Bitcoin a cair para US$ 60.300, eliminando quase todos os ganhos obtidos desde o corte da taxa de juros pelo Federal Reserve no mês passado. A queda acentuada representa um início desfavorável para o que é chamado de “Uptober”, um período historicamente otimista para o BTC. Segundo dados do CoinDesk Indices, o ativo acumula perda de 2,6% desde o início de outubro.
Aaryamann Shrivastava, analista do mercado cripto, observou que a fragilidade do Bitcoin está evidente após ele perder seu suporte crucial de US$ 62.000. “O Bitcoin foi rejeitado no nível psicológico de US$ 66.000 no sábado e recuou mais de 7% nos três dias seguintes, fechando abaixo de US$ 62.000”, explicou o analista. Na quarta-feira, a moeda mostrou uma leve recuperação, sendo negociada em torno de US$ 61.800.
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Bitcoin
Shrivastava acredita que a situação pode se agravar ainda mais se o Bitcoin cair abaixo de sua Média Móvel Exponencial (EMA) de 200 dias, atualmente em US$ 59.895. “Se isso acontecer, há uma grande chance de o preço retestar o mínimo de 17 de setembro, que foi de US$ 57.610”, alerta o analista.
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Outro fator técnico que reforça essa possibilidade é o Índice de Força Relativa (RSI) diário, que está em 49, abaixo do nível neutro de 50. “Isso indica um enfraquecimento da pressão compradora. Se o RSI permanecer abaixo de 50, poderemos ver um aumento nas vendas de Bitcoin”, destacou Shrivastava.
Por outro lado, o analista pontua que o cenário pode mudar se o BTC conseguir romper novamente a barreira dos US$ 62.000. “Se o Bitcoin fechar acima desse nível, ele pode retomar a trajetória de alta e tentar testar a resistência em US$ 66.000”, concluiu.
Além do Bitcoin, outras criptomoedas também enfrentaram dificuldades na terça-feira. Os ETFs de Ether (ETH) sofreram saídas de US$ 48,5 milhões, o pior dia desde 23 de setembro. Enquanto isso, o XRP da Ripple está testando seu suporte crucial, e uma queda abaixo desse nível pode indicar mais perdas.