- Preço do Bitcoin pode subir, mas analista alerta para nova queda.
- MicroStrategy ameaça mercado com possível venda bilionária de BTC.
- Volatilidade aumenta após fake news sobre tarifas nos EUA.
O preço do Bitcoin voltou a se estabilizar em torno de US$ 79 mil nesta terça-feira (8), após ter atingido a mínima do ano, a US$ 74.508, na segunda-feira. Apesar da leve recuperação, o analista Manish Chhetri alerta que o movimento pode não durar. Segundo ele, o atual comportamento de preço se assemelha a um clássico “dead cat bounce” — um repique técnico antes de nova queda.
“Estamos vendo um padrão claro de alívio temporário. O Bitcoin pode até buscar os US$ 85 mil, mas a pressão vendedora permanece forte, e é provável que volte a cair para níveis em torno de US$ 76.600 ou até menos”, afirmou Chhetri. Ele destaca que o índice de força relativa (RSI), atualmente em 38, indica forte viés de baixa no gráfico diário.
A instabilidade recente foi agravada por dois fatores. O primeiro veio da MicroStrategy, gigante corporativa que detém mais de 528 mil Bitcoins. A empresa revelou, em documento enviado à SEC, um prejuízo não realizado de US$ 5,91 bilhões no primeiro trimestre de 2025. “Se a MicroStrategy for forçada a vender parte de suas reservas para cumprir obrigações financeiras, isso pode derrubar ainda mais o preço do Bitcoin”, explicou Chhetri.
Análise preço do Bitcoin

O segundo fator foi a forte volatilidade causada por uma notícia falsa sobre uma suposta pausa nas tarifas impostas pelos Estados Unidos à China. A informação gerou um salto de US$ 7 trilhões em 30 minutos nos mercados americanos e impulsionou temporariamente o preço do Bitcoin. Minutos depois, o ex-presidente Donald Trump desmentiu o boato e anunciou um aumento de 50% nas tarifas, o que provocou nova onda de pessimismo nos ativos de risco.
Além disso, dados da Lookonchain mostram que uma carteira inativa há 10 anos transferiu 365 BTC — hoje avaliados em cerca de US$ 29 milhões. “O movimento de holders antigos liquidando suas posições é outro sinal preocupante. Se esse padrão continuar, podemos ver uma pressão ainda maior no mercado”, avaliou Chhetri.
Para o analista, o cenário ainda é negativo no curto prazo. “Só uma quebra convincente da resistência em US$ 85 mil, com fechamento diário acima desse nível, poderia indicar uma possível retomada até os US$ 90 mil. Até lá, o viés é de cautela.”