- Bitcoin pode cair para US$ 90 mil se perder suporte.
- Demanda institucional enfraquece, impactando preço da criptomoeda.
- Romper US$ 100 mil pode levar BTC a US$ 106 mil.
O Bitcoin (BTC) segue consolidado entre US$ 94 mil e US$ 100 mil há dez dias, com sua cotação girando em torno de US$ 97 mil nesta sexta-feira. Apesar dessa estabilidade aparente, o analista Manish Chhetri alerta para sinais de enfraquecimento da demanda institucional. Segundo ele, os fundos de investimento em Bitcoin (ETFs spot) registraram uma saída líquida total de US$ 650,8 milhões até quinta-feira.
“Se essa tendência de resgates continuar e se intensificar, o preço do Bitcoin pode enfrentar novas correções”, afirmou Chhetri. O analista destacou que os ETFs acumularam quatro dias consecutivos de saídas. Segundo dados da Coinglass, reforçando a percepção de que os investidores institucionais estão reduzindo sua exposição à criptomoeda.
Além da saída de capital dos ETFs, Chhetri observa que o Bitcoin continua sendo tratado mais como um ativo de risco do que como reserva de valor. “O Bitcoin mantém forte correlação com o S&P 500, enquanto seu vínculo com o ouro está cada vez mais fraco”, explicou. Enquanto a criptomoeda valorizou 3,5% neste ano, o ouro subiu 9%, atingindo um recorde de US$ 2.880 por onça na última terça-feira.
Essa diferença, segundo Chhetri, se deve ao interesse dos fundos soberanos e bancos centrais pelo ouro, enquanto o Bitcoin ainda enfrenta desafios regulatórios e sua volatilidade afasta investidores mais conservadores.
No entanto, ele acredita que essa realidade pode mudar. “Mais de US$ 196 bilhões em Bitcoin estão sob posse de ETFs, empresas públicas e privadas e até mesmo países. Com o aumento da base monetária global e o risco de desvalorização das moedas fiduciárias, a narrativa da oferta fixa do Bitcoin pode se tornar cada vez mais atraente”, destacou.

EUA, Trump e dados econômicos impactam o Bitcoin
Além dos fatores internos do mercado cripto, dados econômicos dos EUA e ações do ex-presidente Donald Trump influenciaram o preço do Bitcoin nesta semana. O relatório da QCP Capital revelou que a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) acima do esperado na quarta-feira gerou uma queda brusca no mercado.
“O Bitcoin despencou de US$ 96.500 para US$ 94 mil, com US$ 163 milhões em posições long sendo liquidadas”, relatou Chhetri.
A criptomoeda, no entanto, conseguiu se recuperar e fechou o dia em US$ 98 mil, marcando uma alta de 4,4% em relação à mínima do dia. Enquanto isso, Trump intensificou sua movimentação para mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e assinou um memorando ordenando novas tarifas comerciais recíprocas contra parceiros estrangeiros. Essas medidas aumentaram a incerteza nos mercados e afetaram a volatilidade do Bitcoin.
Na quinta-feira, o preço da criptomoeda recuou 1,29%, mas permaneceu dentro da faixa de consolidação de US$ 94 mil a US$ 100 mil.
Perspectiva técnica: para onde vai o Bitcoin?
Desde que perdeu o suporte dos US$ 100 mil em 4 de fevereiro, o Bitcoin tem se mantido em uma zona de lateralização. Segundo Chhetri, uma quebra abaixo do suporte de US$ 94 mil pode levar a uma nova correção, com a criptomoeda testando o nível psicológico dos US$ 90 mil.
“O Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário está em 45, o que indica uma leve pressão de venda”, explicou. Além disso, o indicador MACD exibe um cruzamento de baixa, sugerindo a possibilidade de quedas adicionais.
Por outro lado, se o Bitcoin conseguir romper a resistência de US$ 100 mil, Chhetri acredita que o ativo pode retomar sua trajetória de alta. “Se ultrapassar os US$ 100 mil, o BTC pode testar novamente sua máxima de 31 de janeiro, que foi de US$ 106.012”, concluiu o analista.