Na quinta-feira, o Bitcoin (BTC) manteve-se acima dos US$ 105 mil, apesar da decisão do Federal Reserve (Fed) de interromper os cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos. Para o analista Manish Chhetri, o momento do mercado indica uma continuidade do ciclo de alta, com possibilidades de crescimento impulsionado pela euforia dos investidores.
O Federal Open Market Committee (FOMC) decidiu na quarta-feira manter a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50%, citando a falta de progresso na inflação. Essa postura mais cautelosa gerou reações diversas nos mercados financeiros.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA subiram, com a nota de 10 anos ganhando 4,5 pontos base, e o índice do dólar americano (DXY) chegou a 108,10 pontos. Ainda assim, o Bitcoin subiu 2,37% na quarta-feira, demonstrando resiliência.
Chhetri destaca que o comportamento atual do Bitcoin reflete padrões semelhantes ao ciclo de alta entre 2015 e 2018, conforme apontado pela Glassnode.
“O mercado está amadurecendo, com ciclos de crescimento menos abruptos e uma expansão do Capital Realizado mais moderada”, afirma o analista. A atual taxa de crescimento do Capital Realizado está em 2,1 vezes, abaixo do pico de 5,7 vezes do ciclo anterior, mas em linha com o período de 2015 a 2018. Para ele, isso indica espaço para uma expansão adicional impulsionada pelo otimismo do mercado.
Bitcoin
Um dos pontos de discussão recentes é a queda nos saldos de Bitcoin nas corretoras centralizadas, que caíram para 2,7 milhões de BTC, ante 3,1 milhões em julho de 2024. No entanto, Chhetri explica que essa redução não representa uma escassez iminente. “A migração dos fundos para carteiras de ETFs não indica uma retirada maciça de liquidez do mercado, mas sim uma reorganização dos ativos”, esclarece.
Outro fator que pode influenciar a volatilidade do Bitcoin nos próximos dias é a divulgação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para o quarto trimestre de 2024. Segundo Chhetri, um resultado acima do esperado pode reforçar a postura mais agressiva do Fed, fortalecendo o dólar e pressionando ativos de risco como o Bitcoin. Por outro lado, dados fracos podem beneficiar as criptomoedas, incentivando o apetite por investimentos alternativos.
Quanto às projeções de preço, Chhetri aponta que o Bitcoin encontrou suporte na média móvel exponencial de 50 dias em US$ 98.633 e segue uma tendência de recuperação. O ativo está próximo de retestar sua máxima histórica de 20 de janeiro, quando alcançou US$ 109.588.
O índice de força relativa (RSI) voltou a subir, sinalizando um aumento no momento de alta. “Se o MACD confirmar um cruzamento de alta, poderemos ver o Bitcoin superando seus recordes anteriores e atingindo novos patamares”, projeta o analista.
No entanto, Chhetri alerta que uma queda abaixo dos US$ 100 mil pode indicar um movimento de correção mais acentuado, com suporte próximo dos US$ 90 mil. Ele reforça a importância de acompanhar a movimentação dos investidores institucionais e as decisões macroeconômicas para identificar possíveis mudanças na tendência do mercado.
Com um cenário ainda incerto, mas promissor, o Bitcoin segue como um dos ativos mais observados pelos investidores, com potencial para novas altas no horizonte.