Um relatório da Standard Chartered revelou que o uso de stablecoins está se expandindo além das negociações em exchanges de criptomoedas. Conforme o documento, há uma crescente aplicação em atividades financeiras tradicionais, como poupança, transações em dólar e pagamentos internacionais.
De acordo com o estudo, um dos principais fatores que impulsionam essa mudança é a demanda por transações transfronteiriças mais rápidas e acessíveis. Os sistemas bancários tradicionais, sobretudo em mercados emergentes, enfrentam limitações que tornam as stablecoins uma alternativa atraente.
Esses ativos digitais permitem a transferência de dólares digitais com agilidade similar à de um e-mail. Isso permite superar a lentidão e a falta de confiabilidade dos métodos convencionais.
Crescimento e usos diversificados das stablecoins
O relatório destaca que as stablecoins estão sendo cada vez mais utilizadas para:
- Poupança em dólares, como forma de proteger valor em economias com moedas instáveis;
- Transações comerciais, incluindo pagamentos de bens e serviços;
- Pagamentos internacionais, com foco em transferências de dólar para dólar.
Uma pesquisa citada no estudo apontou que, em países como Brasil, Turquia, Nigéria, Índia e Indonésia, 69% dos entrevistados usam stablecoins como substituto monetário. Enquanto isso, 39% as utilizam para pagamentos de bens e serviços e 39% para transações internacionais.
Embora as stablecoins atreladas ao dólar dos Estados Unidos dominem o mercado, representando 99,3% da capitalização total, há um interesse crescente em stablecoins vinculadas a outras moedas nacionais, como a lira turca, o que sugere uma possível diversificação do setor.
Perspectivas futuras e regulamentação
Atualmente, a capitalização de mercado das stablecoins é de US$ 163 bilhões, um valor considerado pequeno em comparação aos mercados financeiros tradicionais, mas com grande potencial de crescimento. Esse avanço, segundo o relatório, está diretamente ligado a desenvolvimentos regulatórios.
A Standard Chartered prevê que a adoção de stablecoins continuará crescendo, especialmente se uma regulamentação sobre stablecoins nos Estados Unidos for aprovada, algo que parece provável em uma nova administração Trump.
A instituição argumenta que as stablecoins já desempenham um papel de destaque como uma “primeira aplicação matadora” no universo dos ativos digitais, oferecendo eficiências para transações transfronteiriças e alternativas financeiras para pessoas sem acesso a bancos tradicionais.
Na última semana, a Tether, emissora da maior stablecoin em valor de mercado, a USDT, emitiu US$ 3 bilhões em stablecoins em meio a rali histórico do Bitcoin. A operação ocorreu nas redes Ethereum e Tron, impulsionada pelo aumento no volume de negociações no mercado de criptomoedas.