- China volta a movimentar grandes volumes de BTC
- Venda de criptomoedas levanta suspeitas de corrupção
- Governo pode rever política anti-Bitcoin
A China voltou a movimentar o mercado de criptomoedas. Segundo a agência Reuters, o país tem vendido bitcoins e outras criptomoedas apreendidas em operações policiais.
O governo não realiza essas vendas diretamente. Em vez disso, contrata empresas privadas para liquidar os ativos no exterior, o que levanta suspeitas sobre possíveis irregularidades.
A reportagem cita a Jiafenxiang, empresa sediada em Shenzhen, que vendeu mais de US$ 2,4 bilhões Em criptomoedas desde 2018. Municípios como Taizhou, Hua’an e Xuzhou estão entre os clientes da empresa. Nenhum deles comentou o caso.
Uso de bitcoins no comércio internacional pressiona política interna
Embora a China tenha banido o Bitcoin em 2021, autoridades seguem utilizando a criptomoeda em bastidores estratégicos. Porém, em março, a própria Reuters revelou que China e Rússia negociaram petróleo usando criptomoedas, driblando sanções dos EUA e União Europeia.
Atualmente, a China ainda detém cerca de 15.000 BTC, o equivalente a US$ 7,4 bilhões. Para efeito de comparação, a Coreia do Norte possui 13.500 BTC, Butão 7.700 BTC e El Salvador 6.150 BTC. Especialistas acreditam que parte desse estoque deveria ser usada como reserva estratégica, a exemplo dos Estados Unidos.
Em 2019, o governo chinês já havia se desfeito dos 190.000 bitcoins confiscados do esquema PlusToken. Agora, o debate sobre o destino dos criptomoedas voltou com força.
Problemas de transparência e corrupção ganham destaque
Somente em 2024, mais de 3.000 pessoas foram processadas por lavagem de dinheiro com criptomoedas na China. Diversos seminários discutem o que fazer com os fundos apreendidos. Executivos, professores e advogados sugerem que o país adote uma política mais clara para esse patrimônio digital.
Ainda mais, especialistas também alertam que a forma como o governo lida com essas moedas é “opaca e inconsistente”. Esse tipo de venda privada pode abrir margem para corrupção e desvio de dinheiro público.
Enquanto isso, o Bitcoin cai 2,3% nas últimas 24 horas e negocia a US$ 83.750. O retorno da China ao mercado poderia impulsionar esse valor. Afinal, além de ser a segunda maior economia global, o país também representa um dos maiores mercados consumidores do mundo.