Os Estados Unidos estão investigando a exchange Binance por supostamente facilitar a lavagem de dinheiro e evasão de divisas por parte do Irã.
Após meses de investigação, a Binance resolveu se pronunciar sobre o assunto.
A investigação sobre a Binance foi iniciada pelos EUA.
A exchange de criptoativos, Binance, reconheceu na última semana que a sua plataforma foi usada pelo Irã para evadir às sanções dos Estados Unidos.
De acordo com informações o país movimentou cerca de US$ 8 milhões através de uma exchange local, a Nobitex, e a Binance, em julho deste ano.
A movimentação foi feita com a criptomoeda Tron (TRX).
De acordo com um comunicado emitido por Chagri Poyraz, chefe global de sanções da Binance, “embora não sejamos uma empresa dos EUA vinculada às leis dos EUA, como líder do setor, nos esforçamos para manter indivíduos sancionados fora de nossa plataforma”.
Assim, Poyraz disse que ao tomarem conhecimento da situação, a Binance procedeu com o congelamento de transferências, bloqueio de contas e seguiu o protocolo estabelecido pelo departamento de “compliance”.
“Recentemente, descobrimos que uma falha de proteção do fornecedor que levou a um possível vínculo com entidades no Irã. Em última análise, os erros que nossos parceiros cometem também são nossa responsabilidade de corrigir”, disse Poyraz.
A Binance deixou claro que a sua plataforma, assim como qualquer outra exchange no mundo ou prestador de serviço com criptoativos não conseguem impedir totalmente que indivíduos sancionados acessem e utilizem as plataformas.
E isso inclui as empresas que possuem os sistemas mais avançados de KYC e AML, de identificação de clientes e controle de lavagem de dinheiro, respectivamente.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando a exchange Binance desde então, por ter sido usada pelo governo iraniano para sobrepor as sanções internacionais, mas apenas agora a exchange por meio de seu chefe global sobre sanções falou sobre o assunto.
Poyraz disse que certas características da blockchain podem levar “a conclusões que podem estar incorretas e a fazer suposições sobre o fluxo de fundos relacionados a sanções”.
E citou um exemplo sobre o Virtual Asset Service Provider (VASP), dizendo que “a Binance poderia receber uma transferência de fundos de outra carteira baseada em um país sancionado como o Irã. Isso pode nos levar a supor que o VASP que recebe os fundos não está agindo com a melhor das intenções e usando todas as ferramentas e processos técnicos disponíveis para evitar violações de sanções”.
“A verdade é que os dados do blockchain por si só não contam toda a história”, completou Poyraz.