Nos últimos meses as exchanges têm ocupado certa parte dos noticiários devido a acontecimentos diversos.
Basicamente os principais motivos foram problemáticas na esfera jurídica, mas também teve ataques hackers, e usuários preocupados com o destino de seus criptoativos.
Mt. Gox
A extinta Mt. Gox já foi a maior exchange cripto do mundo, mas sofreu um ataque hacker em 2014 que destroçou a empresa. Foram mais de 700.000 Bitcoins furtados.
Meses depois parte destes Bitcoins foram recuperados em uma carteira de criptomoedas, e assim iniciou-se uma batalha judicial que perdura até hoje entre a Mt. Gox e seus credores.
Desde 2018 a exchange promete pagar os usuários lesados, entretanto os trâmites na Justiça japonesa são conturbados e lentos, e com a volatilidade do valor do ativo a “conta nunca bate”.
Recentemente, a comunidade cripto ficou receosa do pagamento de parte dos Bitcoins ser realizado e haver grande despejo de criptomoedas no mercado.
O pagamento está condicionado a aprovação do Plano de Recuperação da Mt. Gox, que deveria ter sido executado esta semana, mas que foi adiado para dezembro.
Quando for executado o acordo constante no Plano, o mercado de criptomoedas receberá através dos usuários da Mt. Gox o montante de 150 mil Bitcoins, e acredita-se que boa partes destes sejam diretamente liquidados.
Kucoin Hackeada
No final de setembro a exchange chinesa KuCoin foi hackeada e teve diversas criptomoedas e tokens furtados.
O prejuízo rondou os US$150 milhões de dólares, e a exchange bloqueou saques e negociações na plataforma.
Com o passar dos dias a exchange foi liberando o saque de alguns criptoativos e transações.
Como resposta ao hack várias governanças dos protocolos de criptoativos, junto com a Kucoin, se moveram para inativar os ativos furtados, o que deu ares de centralização ao mundo das criptomoedas, causando certa estranheza no meio cripto.
Mesmo assim, o rastreador de movimentações de criptomoedas Whale Alert sempre reporta as movimentações de parte dos criptoativos furtados.
Segundo a exchange o hacker foi descoberto e as autoridades legais já foram informadas.
BitMex Processada
No início de outubro a exchange americana BitMex teve seu CEO preso, e seus sócios e a empresa foram acusadas de crime de lavagem de dinheiro.
A exchange agiu com soberania e não restringiu os saques dos clientes.
O que se viu com isso foi uma grande debandada de criptoativos das carteiras da exchange. Dezenas de milhares de Bitcoins já foram retirados.
O Processo Legal continua, e a exchange luta na justiça contra a acusação.
Binance e a Legislação
No final de setembro a exchange Binance foi listada novamente no registro de domínios que contém informações proibidas na Russia, o que pode levar ao banimento da exchange no país.
Aqui no Brasil, a exchange se associou à empresa de pagamentos Capitual e criou um CNPJ para atuação no país, além de passar a oferecer o serviço de compra e venda de criptomoedas com Real diretamente em sua plataforma.
Segundo a assessoria da empresa Capitual, com isto a Binance deveria passar a relatar as transações de CNPJ brasileiro à Receita Federal, conforme Normativa vigente.
A exchange não confirma esta decisão, o que gera expectativa e causa certa preocupação na comunidade cripto brasileira.
Também em setembro a exchange Binance recebeu um Processo da exchange japonesa Fisco, sobre a acusação pelo crime de lavagem de dinheiro.
OKEx Suspende Saques de Criptomoedas
A exchange chinesa OKEx teve seus saques de criptomoedas suspensos hoje, dia 16 de outubro.
Após a emissão de um anúncio ao qual afirmava que o CEO da empresa, Mingxing Xu, estaria ausente há um tempo de suas atividades, não se sabe se este está preso, ou restrito de suas funções devido à uma investigação policial.
Por não possuir parte das chaves de autorização para os saques, que segundo a exchange está em posse de Xu, a OKEx justificou tê-los bloqueado.
Até o momento, e como o caso é bastante recente, os saques ainda não foram liberados.
Pelo Mundo
Em meados de setembro a exchange P2P Paxful anunciou o fim das operações na Venezuela devido a questões políticas.
Dentre as restrições sofridas, o Governo proibiu a utilização de Bancos venezuelanos por exchanges para o saque de valores em dinheiro.
Na Índia o problema foi o mesmo, e as exchanges foram proibidas em agosto de utilizar os Bancos e de terem contas bancárias.
Apesar de ter a sanção revogada, a comunidade cripto da Índia ainda teme novas sanções legislativas.
No Reino Unido as exchanges foram surpreendidas com uma medida que pode cercear o volume de transações com criptomoedas anualmente.
A CoinBase se pronunciou sobre o assunto, informando o desagrado quanto a medida, e comunicou através de email aos seus usuários sobre o fornecimento das informações das transações aos Órgão controladores.
Fique Atento
Exchanges são intermediadoras de negociação, e utilizá-las como carteira de criptomoedas pode ser perigoso.
Nelas, os usuários não são detentores de suas chaves privadas, e assim ficam à mercê de acontecimentos diversos como os relatados acima.
O indicado é que detentores de criptomoedas possuam carteiras frias, e saiba que existem mais de 200 delas.
Pesquise e informe-se antes de adquirir qualquer uma delas.