- As autoridades da Alemanha anunciaram que confiscaram mais de US$ 38 milhões em bitcoins e outras criptomoedas da exchange eXch
- Segundo os investigadores, a eXch movimentou cerca de US$ 1,9 bilhão em criptomoedas, grande parte com origens consideradas ilícitas
- Essa operação representou a terceira maior apreensão de criptomoedas já registrada na Alemanha
As autoridades da Alemanha anunciaram a apreensão de US$ 38 milhões em criptomoedas provenientes da plataforma eXch. A ação, realizada pelo Escritório Federal de Polícia Criminal (BKA) e pelo Ministério Público de Frankfurt, está diretamente ligada ao roubo de US$ 1,4 bilhão ocorrido na exchange Bybit. Essa operação marca uma das maiores apreensões de criptoativos no país e reforça os esforços contra a lavagem de dinheiro no setor digital. Além dos ativos, mais de 8 terabytes de dados foram coletados durante a investigação.
Plataforma eXch facilitava a lavagem de fundos sem medidas contra crimes financeiros
Criada em 2014, a eXch permitia trocas entre criptomoedas como Bitcoin, Ether, Dash e Litecoin sem requerer autenticação de identidade dos usuários. Ao não adotar práticas como KYC (Conheça Seu Cliente) ou AML (Combate à Lavagem de Dinheiro), a plataforma atraía usuários interessados em operar de forma totalmente anônima.
Segundo os investigadores, a eXch movimentou cerca de US$ 1,9 bilhão em criptomoedas, grande parte com origens consideradas ilícitas. Parte dos fundos desviados no ataque à Bybit teve ligação até a eXch, onde houveram conversões para outros ativos. Além disso, a plataforma também teria sido usada para lavar fundos de outras fraudes digitais, incluindo o roubo de US$ 243 milhões de credores da Genesis e várias campanhas de phishing.
Essas descobertas evidenciam como a ausência de políticas de segurança pode transformar plataformas em canais de crimes financeiros. Assim, o caso serviu de alerta para reguladores e investidores em todo o mundo.
Encerramento da eXch reforça resposta regulatória ao crime cibernético
Em abril de 2025, a eXch havia anunciado sua decisão de encerrar operações até 1º de maio, alegando perseguição institucional e alegações infundadas. Entretanto, antes mesmo dessa data, as autoridades alemãs desmantelaram sua infraestrutura digital e assumiram controle de seus servidores e ativos.
Essa operação representou a terceira maior apreensão de criptomoedas já registrada na Alemanha. O promotor público Benjamin Krause destacou a importância de combater plataformas que oferecem anonimato completo, pois essas condições facilitam golpes, invasões cibernéticas e comércio de dados roubados.
A ação contra a eXch reforça a necessidade de regulamentações mais rígidas no ecossistema cripto. Ao mesmo tempo, amplia o debate sobre segurança digital, proteção dos investidores e responsabilização das exchanges que operam fora das normas internacionais.