Muitos países da América Latina têm sofrido com a crise econômica nos últimos anos, seja por problemas estruturais internos, como no caso da Argentina, ou também por sanções internacionais, como é o caso da Venezuela. Ao ver suas moedas fiduciárias colapsando, enquanto o poder aquisitivo de seus cidadãos míngua, diretrizes são lançadas a fim de tentar estancar a crise, como no caso da Argentina que limitou gastos mensais a 200 dólares e proibiu a compra de Bitcoin por cartões de crédito, débito e pré-pagos.
Mas no meio de toda essa crise, dados da CoinDance, uma plataforma de dados criptos, indicaram um pico nas atividades de negociação da LocalBitcoins. Na última semana, foi registrado o maior volume semanal de negociação de Bitcoins na Argentina e na Venezuela.
No país comandado por Nicolás Maduro, foram negociados 248 milhões de bolívares, quase 25 milhões de dólares, na plataforma LocalBitcoins entre 15 e 21 de dezembro. A nova alta representa um crescimento de 18,5% nas negociações em comparação com a semana anterior e mais de 20% em relação a primeira semana de dezembro.
Já na Argentina, apesar da maior alta registrada não chegar próximo do valor negociado na Venezuela, o crescimento foi gigantesco em relação às semanas anteriores. Na semana de 15 a 21 de dezembro, foram negociados 32,6 milhões de pesos argentinos, cerca de 544 mil dólares, representando um aumento de 51,6% em relação à semana anterior.
Petro faz com que enormes filas sejam formadas em comércios que o aceitam
Após a Superintendência Nacional de Atividades Criptoativas e Relacionadas informar que mais de 4800 lojas passaram aceitar o Petro, criptomoeda lançada pelo governo venezuelano, filas gigantescas se formaram nas portas de comércios em todo o país.
Em Maracaibo, uma mulher que estava em uma fila de um comércio local afirmou que havia chegado cedo para poder comprar comida com a moeda digital. “Eu tenho petro em conta, mas como não posso transferi-los para um banco, venho gastá-los aqui porque aqui eles aceitam”, afirmou a mulher.
O mesmo cenário se repete em diversas cidades do país, em San Carlos, localizado no estado de Cojedes, e em Barquisimeto, em Lara, gigantescas filas são formadas para que os cidadãos possam usar seus Petros para comprar mantimentos em supermercados e padarias.