A B3, a Bolsa de Valores do Brasil, anunciou que até o final do mês de agosto passará a usar uma aplicação desenvolvida na blockchain Corda. De fato, esta aplicação será utilizada por mais entidades, como a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), a Central de Recebíveis (CERC) e a Central de Registros de Direitos Creditórios (CRDC).
Segundo a legislação brasileira, a empresa que consegue descontar uma duplicata primeiro obtém o direito ao recebível. Assim, o novo sistema tem como objetivo substituir o atual sistema “caótico” do país, possibilitando a verificação de duplicatas, realizada por diversas instituições.
Para isso, as duplicatas agora passarão a ser registradas digitalmente e compartilhadas entre todos os participantes do sistema. De forma resumida, cada instituição será um nó dentro da rede blockchain da aplicação. Cada um desses nó, por sua vez, poderá registrar as duplicatas que possui, e também verificar as duplicadas já emitidas por outras instituições.
Assim, o novo sistema irá evitar que duplicatas sejam registradas em duplicidade, garantindo maior interoperabilidade entre as instituições. “Mas somos competidores, então podemos preservar os dados em casa e cada uma transmite o que as outras precisam ver”, destacou Aldo Chiavegatti, superintendente de infraestrutura do mercado da CIP.
Contudo, a nova aplicação faz parte da Rede Blockchain do Sistema Financeiro Nacional (RBSFN). A rede blockchain já conta com 11 instituições financeiras do país, que já conta uma aplicação atualmente em funcionamento, o DeviceID. Esta aplicação serve como validador de usuários em aplicativos móveis de instituições bancárias.