O Banco Central da Colômbia, em seu mais recente estudo sobre moedas digitais de bancos centrais (CBDC), intitulado ‘Efeitos Macroeconômicos Esperados da Emissão de um CBDC de Varejo’, concluiu que a introdução potencial de um CBDC de varejo não apresenta riscos macroeconômicos significativos.
No entanto, para mitigar possíveis ameaças associadas ao CBDC, o banco central colombiano recomendou estabelecer limites de posse e gastos para a moeda digital. Segundo o regulador, tal design de CBDC aumentaria a segurança dos fundos, pois os limites de posse do CBDC poderiam proteger os usuários de ataques cibernéticos direcionados a seus saldos ou transações.
Equilíbrio entre privacidade e transparência
Estabelecer limites nas posses de CBDC de varejo também permitiria aos reguladores lidar com o equilíbrio entre privacidade e transparência, oferecendo diferentes níveis de limites. Por exemplo, o Banco Central colombiano poderia oferecer carteiras digitais com pequenos limites de posse e um alto nível de privacidade para pessoas que valorizam muito seus dados de transação.
Por outro lado, aqueles que estão confortáveis em divulgar mais dados poderiam preferir limites de posse mais altos e níveis mais baixos de privacidade. Além disso, os limites do CBDC poderiam ser benéficos para os bancos comerciais, pois reduziriam a demanda por um CBDC de varejo como reserva de valor em concorrência com contas bancárias.
Perspectivas globais sobre CBDC
Enquanto monitora e estuda de perto o desenvolvimento global do CBDC, o Banco Central colombiano ainda está incerto sobre se sua nação precisa de tal moeda digital.
‘A decisão de emitir um CBDC de varejo deve considerar o fato de que também precisaria ter características desejáveis suficientes para gerar um grupo central de usuários suficiente para gerar as externalidades de rede necessárias para torná-lo viável’, afirmaram os autores do estudo.
Em julho, importantes entidades financeiras do Reino Unido, como a UK Finance, argumentaram que o governo deveria limitar as posses digitais dos usuários entre 3.000 libras esterlinas (US$ 3.800) e 5.000 libras (US$ 6.400). Segundo a UK Finance, um limite mais alto nas posses de Britcoin – como 20.000 libras (US$ 25.600) por indivíduo – poderia desestabilizar o sistema bancário tradicional, facilitando corridas bancárias ou competição de depósitos com bancos.