O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu nota onde abordou a adesão dos Bancos Centrais na compra de ativos como ferramenta política contra os impactos da pandemia.
Segundo o Fundo, 20 Bancos Centrais de países emergentes utilizaram pela primeira vez a Flexibilização Quantitativa comprando dívidas do Governo e do setor privado para ajudar a manter os mercados funcionantes.

Essa compra de ativos já é desenvolvida em Programas Econômicos de diversos país, e tem se mostrado eficaz para a estabilização dos mercados financeiros, conforme apresentado em Relatório de Estabilidade Financeira Global.
Apesar de divulgarem que esta é uma medida econômica de sucesso no tratamento da crise da pandemia, esta não é uma boa maneira de se combater crises em longo prazo.
Ainda mais que os Governos também cortaram taxas de juros absurdamente e interviram nos mercados de câmbio.
Também cortaram as exigências de reserva dos Bancos e estouraram tetos de gastos.
Estes procedimentos proporcionaram liquidez ao sistema financeiro e facilitaram as condições de crédito das empresas, já que o FMI projeta que a produção econômica encolherá 3,3%.
A compra de ativos pode ser adequada para alguns Bancos Centrais, dependendo das condições de mercado que enfrentam
Fundo Monetário Internacional
Segundo o FMI, as motivações para os Bancos Centrais aderirem à Flexibilização Quantitativa seguiram objetivos principais de política.
Os Bancos Centrais que possuíam taxas de juros bem acima de zero usaram a compra de ativos para melhorar o funcionamento do mercado de títulos, a exemplos de Índia, África do Su,l e Filipinas.
Os Bancos Centrais com taxas de juros mais próximas do “limite inferior zero”, como do Chile, Polônia, e Hungria usaram a Flexibilização Quantitativa para aliviar as condições financeiras e fornecer estímulo monetário adicional.
Segundo o Documento, após quase 6 meses de Flexibilização Quantitativa as compras tiveram um impacto geralmente positivo nos mercados financeiros dos países.
Comprando ativos os Bancos Centrais ajudaram a reduzir os rendimentos dos títulos do governo, sem observar depreciações nas moedas locais, e ajudaram gradualmente a reduzir o estresse do mercado local.
Conforme ressaltou o FMI, os Bancos Centrais deverão considerar os benefícios e os custos potenciais significativos da Flexibilização Quantitativa, ponderando que se forem usadas regularmente no futuro, vários riscos podem surgir.
Aparentemente já é uma prévia do que está acontecendo, e os dados de fontes não governamentais indicaram o contrário, que houve sim depreciação das moedas locais.
Aqui no Brasil, a PEC do “Orçamento de Guerra contra o COVID-19 autorizou o Banco Central brasileiro a seguir políticas de Flexibilização Quantitativa em meados do mês de maio, assim como Chile, Argentina, e Colômbia.
Não por menos os Bancos Centrais desses países registraram recordes de desvalorização de seu dinheiro FIAT.
Conforme concluiu o FMI, “os programas de compra de ativos em mercados emergentes podem ser úteis, mas uma avaliação adicional será necessária à medida que mais dados se tornam disponíveis sobre sua eficácia, especialmente se essas compras continuarem”.
De excepcional, o Documento já apresentou algumas lições.
A primeira é a foto representativa da capa, mostrando de onde vem esse dinheiro. O registro do ducto estatal FIAT está aberto!
No mais, que as compras de ativos parecem ser mais eficazes quando usadas em conjunto como parte de um pacote de política macroeconômica mais amplo, coisa que o Brasil não tem.
Que a transparência e comunicação clara são cruciais para minimizar os riscos à credibilidade dos Bancos Centrais com a compra de ativos, especialmente em países com estruturas institucionais mais fracas, como o caso do Brasil.
E que na maioria dos casos os Programas de compra de ativos devem ser limitados em tempo e escala, e devem estar vinculados a objetivos claros, mas não é o que muitos países emergentes estão fazendo.
Como medida aguda, a Flexibilização Quantitativa na dose certa parece eficaz, mas a longo prazo pode trazer problemas sérios a países emergentes, e o FMI está dando o recado.