A MicroStrategy, conhecida por sua aposta bilionária em Bitcoin, enfrenta uma crise financeira que pode forçar a venda de parte de seus 461 mil BTC.
O motivo? Uma regra tributária do governo Biden, a CAMT (Corporate Alternative Minimum Tax), que ameaça cobrar impostos sobre ganhos não realizados da empresa. Agora, a esperança da companhia está em um perdão fiscal promovido por Donald Trump, que vem revertendo medidas do governo anterior.
A lei CAMT, criada em 2022 como parte do Inflation Reduction Act, determina que empresas com lucro contábil acima de US$ 1 bilhão em três anos paguem 15% de imposto mínimo sobre esses valores. Para a MicroStrategy, que acumula ganhos não realizados em Bitcoin, a conta pode chegar a milhões — mesmo sem ter vendido uma fração de suas criptomoedas.
Segundo o The Wall Street Journal, a empresa corre contra o tempo para obter uma isenção antes que a cobrança se torne realidade.
A pressão é clara: sem o auxílio de Trump, a MicroStrategy pode ser obrigada a liquidar parte de seu Bitcoin para pagar a dívida fiscal.
Esse movimento, alertam especialistas, teria efeito cascata no mercado. “Forçar uma venda em larga escala desestabilizaria os preços do Bitcoin e geraria pânico entre investidores”, afirma um analista. Por outro lado, críticos veem o alerta como “especulação sem base”, alimentada por FUD (medo, incerteza e dúvida).
Bitcoin precisa de Trump para não cair
O cerne do debate, no entanto, vai além da empresa. A cobrança de impostos sobre ganhos não realizados é considerada por muitos uma violação à liberdade econômica. “É eticamente indefensável tributar riqueza que só existe no papel”, destaca um economista. Além disso, a medida é vista como intervenção estatal agressiva, capaz de minar a confiança em ativos emergentes, como criptomoedas.
Enquanto isso, Trump mantém o suspense. Desde o início de seu mandato, o republicano priorizou a revogação de políticas de Biden, mas ainda não se pronunciou sobre a CAMT. Para a MicroStrategy, a esperança é que a taxação seja revisada antes do prazo final.
Se isso não acontecer, a empresa entrará para a história não só como a maior detentora corporativa de Bitcoin, mas também como vítima de uma disputa ideológica entre Estado e mercado.
O desfecho dessa crise pode definir um precedente perigoso. Como equilibrar autoridade governamental e autonomia corporativa? A resposta influenciará não apenas o futuro das criptomoedas, mas de todo o setor de inovação. Enquanto o impasse continua, o mercado observa com atenção — e o preço do Bitcoin oscila sob a sombra de uma possível liquidação forçada.