Existem vários tipos de análises fundamentalistas no mudo especulativo dos ativos de risco, e um dos parâmetros para avaliar o suposto desenvolvimento de um ativo é ele estar na boca do povo.
A página do Google Trends presta um bom serviço neste sentido compilando o número de pesquisas realizadas na plataforma de pesquisa do Google sobre algum assunto, e isso pode trazer aos analistas mais algum parâmetro sobre os mercados de investimentos.
No caso das criptomoedas, por exemplo, as buscas pelo termo Bitcoin atingiram a maior pontuação do índice Google Trends (100 pontos) durante a bull run de 2017.
Mas desde lá o assunto perdeu bastante notoriedade na mídia, parte devido ao desinteresse normal dos investidores depois da longa queda que vem desde 2018, ou devido até ao certo sabotamento das plataformas de informação em detrimento aos produtores de conteúdo sobre criptomoedas, entre outros.
O fato é que as buscas pelo termo Bitcoin caíram tanto que estão 75% abaixo da máxima registrada no final de 2017.
A fórmula analítica do Google Trends é arbitrária, e a sua métrica é variável de acordo com o período de tempo que a pesquisa foi realizada.
Desta forma, se analisarmos o período de tempo do ano de 2017 em diante, o termo Bitcoin registra atuais 9 pontos no índice Trends, um dos menores desde então.

Dentre os países que mais pesquisam sobre o tema, encabeçam o ranking de acessos os do continente africano e europeu.
A Nigéria é disparado o país com mais acessos ou buscas pelo termo Bitcoin no navegador do Google. O Brasil é apenas o 31º desta lista.

Em contrapartida, o termo DeFi cresceu nos últimos meses, atingiu suas máximas no período considerado como o Hype das finanças descentralizadas (DeFis), e agora está vendo as suas buscas diminuírem, assim como a retração que o mercado teve em setembro.
Mesmo assim, as DeFis ajudaram no aumento ou manutenção das buscas no Google no que diz respeito ao termo “criptomoedas”.

Apenas a título de comparação, seguindo a métrica Trends, qualificar de Hype o que houve com as DeFis é um tanto quanto obsoleto.
Se compararmos o Hype das ICOs (Initial Coin Offering) com o Hype DeFi, o que está acontecendo com as criptomoedas dos protocolos DeFi é nada além do “pouco mais que o normal”.
De fato, apenas recentemente o termo DeFi superou o termo ICO em pesquisas no Google.

Mas cabe salientar aqui que dentro dos protocolos DeFi também existem processos de ICO, portanto, este termo se beneficia por estar incluído dentro do processo de lançamento deste tipo de criptoativo.
Observando os gráficos de preço dos criptoativos e do assunto relacionado no Google Trends, está mais do que claro que o Google acompanha o desenrolar das candles do mercado de criptomoedas, ou vice versa, quem sabe?
Há relatos de traders que buscam os assuntos que estão “bombando” nas pesquisas, muitas vezes para se posicionarem no mercado diante de algum ativo.
Por exemplo, durante a redação desta reportagem dentro do termo de pesquisa “cryptocurrencies”, estava havendo um aumento repentino de buscas pelo preço das criptomoedas Ethereum e XRP.

Não por menos, o mercado cripto estava dando mais um de seus pulinhos de preço, e ETH e XRP estavam se valorizando.
Momento antes, figurava o termo “IOTA price” (preço da IOTA) dentre os cinco assuntos mais pesquisados no Google.
Isto mostra como o Google Trends pode ser relevado nos mais distintos conceitos de análises de investimentos, pois compila os dados do que a população está interessada.
No caso da IOTA, por exemplo, a sumida criptomoeda voltou ao centro de buscas devido à sua parceria com a Jaguar e a Billabs para proverem sistemas de controle em blockchain para acesso a dispositivos de pequeno porte.